Gessé Silva dos Santos, acusado de cometer uma série de crimes sexuais em Salvador durante o segundo semestre de 2009, foi condenado a 83 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de roubo, estupro, extorsão qualificada e atentado violento ao pudor em um processo de autoria do Ministério Público do Estado da Bahia. A sentença foi prolatada na última segunda-feira (27), na 4ª Vara Criminal de Salvador, pelo juiz Anderson de Souza Bastos.
O cumprimento da pena, inicialmente em regime fechado, ficará a cargo da Vara de Execuções Penais de Salvador, e deverá levar em consideração o período em que o réu cumpriu prisão provisória. Preso desde o dia 18 de novembro de 2009, Santos, que ficou conhecido como o "Tarado da Paralela", admitiu a autoria de uma série de estupros realizados em diferentes regiões da capital baiana. O homem abordava as vítimas com uma arma, coagindo-as a acompanhá-lo até quartos de motéis, onde eram estupradas. Gessé também obrigava as mulheres a realizar saques e compras.
O juiz Anderson Bastos explica que uma das maiores dificuldades do processo, que envolveu sete vítimas e 14 crimes investigados, foi conseguir ouvir as testemunhas que contavam nos autos. "Das sete vítimas que tinham no processo, cinco foram ouvidas. O Ministério Público desistiu de ouvir as outras duas porque não conseguiu fazer com que as vítimas viessem à audiência", explica.
No texto da decisão, o juiz destacou que o réu revelou frieza, calculismo e crueldade durante a execução dos delitos realizados, com os objetivos de satisfazer sua sexualidade e subtrair bens materiais. "O acusado escolheu ter a vida voltada para a prática de delitos. Nestes autos foram vários os crimes cometidos, além daqueles pelos quais já está condenado e outros que estão sob julgamento", concluiu.
A sentença ainda ressalta que as vítimas dos delitos não tiveram nenhum tipo de responsabilidade sobre os crimes praticados pelo condenado. "Ao contrário, estavam saindo da faculdade ou do trabalho quando foram abordadas, roubadas, extorquidas e/ou violentadas, sem que estivessem facilitando a prática do delito", salientou. Gessé Silva dos Santos também foi autor de dois homicídios ocorridos em Salvador e no município de Entre Rios.
Sobre as ausências das testemunhas, o juiz Anderson Bastos salienta que "é importante que as vítimas compareçam às audiências criminais, que quaisquer crimes, sem receio. Nas varas criminais existe a possibilidade de elas serem ouvidas sem que os acusados as vejam", explica. "Há medo de ficar frente a frente com o acusado, mas isso não acontece. O juiz separa a vítima do acusado", completa.
Imprensa TJ-BA
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