O papel e a importância socioambiental e econômica do Instituto da Biofábrica de Cacau para a Bahia foram debatidos na sexta-feira (24) no parque fabril, em Ilhéus, em audiência pública presidida pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Marcelino Galo (PT). O evento reuniu a comunidade interessada no fortalecimento da Biofábrica, como técnicos, agrônomos e agricultores, movimentos sociais e secretários de agricultura e meio ambiente das cidades de Cícero Dantas, Santa Bárbara, Cruz das Almas, São Sebastião do Passé e Santa Luzia, com a participação do prefeito Antônio Guilherme, presidente do Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica. O instituto da Biofábrica de Cacau trabalha na produção de mudas fundamentais para o fortalecimento da agricultura familiar e também desenvolve projetos de restauração de matas ciliares.
"A Biofábrica tem papel fundamental no reflorestamento, no diálogo e fortalecimento da agricultura familiar, na diversificação agrícola e agroindustriais no estado, além de auxiliar em programas ambientais em diversos ecossistemas encontrados na Bahia. Também é referência na produção de mudas de cacau, fruteiras e essências, sendo responsável pelo abastecimento local e pela introdução de cacaueiros como novo pacote tecnológico em áreas não tradicionais de cacau. É, portanto, fundamental para o desenvolvimento sustentável e inclusivo da Bahia, para o fortalecimento da agricultura familiar, tendo em vista que seu trabalho alcança todo território do nosso estado através de parcerias com prefeituras e entidades rurais", considerou Galo, que também é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa.
"Já fizemos diversos debates sobre a crise hídrica aqui no sul da Bahia, no oeste e em outras regiões do nosso estado, e um dos problemas graves é a supressão da mata ciliar, o assoreamento e a poluição, além do desperdício excessivo de água ocasionado, sobretudo, pelo uso extensivo da agricultura de grande porte. De modo que o trabalho desenvolvido pela Biofábrica também se contrapõe a esse modelo predatório de desenvolvimento, sendo, portanto, um exemplo que precisa ser fortalecido, multiplicado, para que possamos ter um desenvolvimento sustentável na Bahia que seja referência para o Brasil", enfatizou Marcelino Galo, que também discutiu com agricultores do Assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga, os impactos da reforma da previdência no trabalhador rural, "sobretudo nas trabalhadoras rurais".
A Biofábrica já entregou mais de 40 mil mudas de mandioca desde o início de ano para associações rurais na Bahia. No parque do instituto são produzidas mudas de outras frutas, além do cacau, entre elas banana, abacaxi, graviola, cupuaçu, açaí e goiaba. São produzidas ainda 26 cultivares de mandioca, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além de mudas de essências florestais, a exemplo do Cedro, Pau Brasil, Ipê e Matataúba. A Biofábrica é constituída por 50 hectares de jardins clonais, quatro hectares ocupados com 20 viveiros, com capacidade para 4.400.000 mudas, por ciclo, e um laboratório de micropropagação vegetal construído em uma área de 546,11m². Possui ainda, estrutura de escritório, almoxarifado, oficina, depósito, estação de tratamento de água e setores de produção e de comercialização/distribuição, mantidos por um quadro técnico/operacional de 95 colaboradores.
Ascom Dep. Marcelino Galo
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