Os internos, residentes e preceptores da área médica participaram, esta semana, de uma aula sobre Eco Fetal e Teste do Coraçãozinho, ministrada pela cardiologista pediátrica recém-chegada à região, Natália Aragão. Durante quase duas horas, a especialista em ecocardiografia pelo Instituto Dane Pazzanese de São Paulo, pontuou as principais indicações dos dois procedimentos e a complementariedade de ambos, que têm como objetivo realizar uma triagem perinatal das cardiopatias graves.
A escolha dos temas aconteceu mediante a necessidade da implementação do teste do coraçãozinho no hospital e do surgimento recente de casos de cardiopatias congênitas críticas, que levaram a equipe a pensar na possibilidade de oferecer, de forma habitual, o eco torácico e o eco fetal no Dom Malan. “Aproveitamos a reunião da neonatologia para trazer essa aula e estamos bem felizes com o resultado, pois além do conhecimento compartilhado, foram discutidas algumas propostas para a melhoria da assistência neste segmento”, ressaltou a diretora de Ensino e Pesquisa, Angélica Guimarães.
Especificamente sobre o teste do coraçãozinho, Natália garantiu ser de fácil acesso, simples, rápido e requer poucos recursos. “Ele pode ser feito por um médico ou profissional de enfermagem e necessita apenas de dois oxímetros. Deve ser realizado antes da alta hospitalar, ou seja entre 24 e 48h após o nascimento, e repetido uma hora depois, se o teste inicial demonstrar alteração. É indicado para rastrear bebês aparentemente saudáveis e que não demonstram sintomas, pois aqueles que já possuem clínica de cardiopatia seguem outro fluxo”, esclareceu.
Já sobre as vantagens da realização do eco fetal (que pode ser feito de 18 a 30 semanas de gestação), a médica destaca que ele permite a identificação de cardiopatias graves ainda intraútero, fazendo com que as condições de nascimento desses bebês possam ser melhoradas. “De toda maneira, mãe e feto se beneficiam, pois mesmo que não exista um protocolo de tratamento resolutivo para a cardiopatia encontrada, ela pode ser tratada para amenizar as condições perinatais. As cardiopatias graves geram risco de mortalidade para o bebê e o diagnóstico precoce pode melhorar esse prognóstico, aumentando a qualidade de sobrevida”, ressalta Natália.
Para a interna do último ano de medicina, Crissvânia Firmino, o momento foi bastante esclarecedor. “Natália é uma profissional muito qualificada e a aula nos fez refletir sobre as diversas nuances que devemos levar em conta para avaliação de um paciente potencialmente cardiopata. Também percebemos como é simples realizar o teste do coracãozinho e a importância do eco fetal. Inclusive, muitos dos internos possuem oxímetro e podiam contribuir com a implementação e realização rotineira desse teste”, ponderou.
De acordo com Angélica, o Dom Malan se beneficia com a disponibilidade destes profissionais. “Natália chega para somar e, além de atuar no nosso ambulatório de cardiologia pediátrica, ela também faz a avaliação dos pacientes internados e tem se mostrado sensível para a demanda do ensino e pesquisa. Na outra ponta, ainda temos os nossos internos e residentes que estão cheios de vontade de fazer as coisas funcionarem com os recursos disponíveis. Então, essa soma de forças tem tudo para dar certo e ser resolutiva”, acredita.
Ascom
0 comentários