Um ano após o assassinato da menina Beatriz, morta em Petrolina no colégio onde o pai era professor, a Polícia Civil decidiu designar a delegada Gleide Ângelo para a chefia das investigações. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (9), pelo chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros, que disse que a delegada terá dedicação exclusiva ao caso. Além dela, o delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e Marcione Ferreira, que já era o titular do caso, atuarão nas investigações.
A nova equipe passará a trabalhar assim que o Ministério Público de Pernambuco devolver o inquérito do crime, pedido pelo órgão para avaliação. “Os delegados só podem agir quando os documentos forem devolvidos. Esse pedido, que foi feito no dia 16 de novembro, é normal, para averiguar a evolução das investigações. Ao todo, são 13 volumes de inquérito policial e seis anexos. A portaria que determina as mudanças na equipe de investigação foi publicada nesta sexta-feira (9) e o início das atividades é imediato”, explicou Antônio Barros.
Beatriz foi assassinada no dia 10 de dezembro de 2015, com cerca de 42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola, em que a irmã da menina se formava. A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. O corpo de Beatriz foi encontrado minutos depois, atrás de um armário de uma sala de material esportivo que estava desativada.
Na quinta-feira (8), Lúcia e Sandro Mota, pais de Beatriz, foram a Brasília encontrar o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pedir apoio federal nas investigações. Sobre o pedido, Antônio Barros afirmou que a família confia no trabalho da Polícia Civil, tanto que não chegou a pedir federalização, mas sim apoio nas diligências. Ele também afirmou que, após o reforço empregado neste mês nas investigações, caso o crime não seja solucionado, ele mesmo pediria a federalização do caso.
“Até agora, fizemos 137 perícias e ouvimos 208 pessoas. Levantamos um suspeito, cujo retrato-falado foi divulgado. Na escola, 11 pessoas chegaram a vê-lo, mas ninguém soube qualificá-lo”, afirmou. Para ele, não houve falhas nas perícias e no curso das investigações. “Não descartamos nenhuma hipótese. Temos a sensação de que a solução está muito próxima. Se conseguíssemos qualificar o suspeito, a situação mudaria totalmente de figura”, disse. Qualificar um suspeito é descobrir dados que possam levar à localização, como nome, profissão, idade.
Como a portaria, publicada em novembro deste ano, deixa a delegada Gleide Ângelo em exercício exclusivo do Caso Beatriz, na Delegacia de Olinda, onde está lotada, assume a adjunta Fabiana Leandro.
Perícia
A polícia encontrou dois tipo de DNA masculino na cena do crime. Até agora, no entanto, só foi possível identificar um dos suspeitos, em imagens disponibilizadas pela população. Por meio de retrato-falado, 11 pessoas reconheceram o homem, mas nenhuma foi capaz de qualificá-lo. Nas filmagens é possível ver o suspeito andando ao redor do colégio e entrando na quadra onde acontecia a festa, 20 minutos antes de Beatriz ser vista pela última vez.
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