ARTIGO – E HÁ OS QUE QUEREM ELES DE VOLTA!

Cidade de Cartagena, na Colômbia

A sociedade brasileira espera ansiosa que a depuração dos quadros políticos continue, para o bem da pátria, embora espantada pelo fato de que a assepsia esteja sendo realizada por esse Congresso que aí está, onde a maioria não passa no “Exame de Admissão” da decência e da moralidade. Por outro lado, é difícil acreditar que essa iniciativa parlamentar possa ir muito longe, em razão das muitas denúncias que rolam ou processos em andamento, o que indica que muitos dos juízes no Congresso, que hoje seriam os algozes da Dilma e do Cunha, poderão ser os réus de amanhã.

Não deixa de ser surpreendente que a Câmara de Deputados tenha tido a dignidade de defenestrar do cargo o Deputado Eduardo Cunha, visto que foi divulgado na imprensa que o mesmo levaria de roldão pelo menos 150 parlamentares e alguns nomes do alto escalão do governo. Vamos ver, agora, se ele tem mesmo toda essa bala na agulha...! Muita água ainda tem de passar sob essa ponte, e são muitos os suspeitos que estão colocando as suas “barbas de molho”!

Era a minha pretensão variar o tema nesta semana, mas esse é um desejo quase impraticável, visto a abundância de tantos fatos criminosos como os anunciados pelo Procurador Delta Dallagnol, Coordenador das investigações da Operação Lava-Jato, que citou os nomes dos principais envolvidos no Petrolão e ainda que o Ministério Público já possui as provas necessárias para incriminá-los. Pelo andar da carruagem, está chegando a vez das arraias graúdas! Saiu da casa dos “milhões de reais”, para agora adentrar ao palácio dos “bilhões”!

 

Voltarei ao tema depois, mas me permitam que algumas linhas sejam dedicadas aos detalhes observados nesta enriquecedora experiência internacional, ao visitar agora a simpática Colômbia (América do Sul) e o Panamá (América Central). O contato direto com as pessoas e a observação das culturas desses países me oferecem preciosas lições comparativas, embora tenha de reconhecer e distinguir as particularidades marcantes da história passada e atual de cada povo, as quais nem sempre guardam semelhanças com o Brasil, principalmente quanto à dimensão populacional.

A Colômbia convive a mais de 50 anos com graves disputas políticas internas, intensificadas a partir do surgimento das FARC-Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colômbia, como organização terrorista a partir de 1964, a essa altura com a morte de 45.000 pessoas, entre conflitos armados com o governo, sequestros e atos terroristas de toda a espécie. Está havendo um entendimento para pôr fim a essa sofrida realidade, mediante um acordo de paz entre terroristas e governo, com consulta popular em 02 de outubro próximo.

Apesar da luta armada de tão longa duração, o que se testemunhou nesta visita foi uma sociedade voltada para o trabalho, ordeira, acolhedora e sem graves problemas sociais visíveis. Tem moradias nas montanhas em volta da cidade de Bogotá, as “Comunas”, invasões equivalentes às nossas favelas, mas com uma característica bem mais cuidada.

Um fato aparentemente simples chamou a atenção em Cartagena (um milhão de hab.), e na Cidade do Panamá (890 mil hab.), quanto ao comportamento profissional dos proprietários dos Taxis, esses identificados como de “Serviço Público”, e não possuírem taxímetros, sendo os preços negociados entre passageiro e motorista... Só que, mesmo sem lembrar de perguntar o preço antes de iniciar as corridas, os valores cobrados jamais superaram aquela média que foi informada antes pelo guia do grupo, evidenciando honestidade na prestação do serviço, mesmo que atendendo a estrangeiros...! Bom exemplo a ser assimilado por certos profissionais e principalmente políticos que temos, sem querer generalizar...!                                                                       

Ocorreu na visita um episódio negativo que não posso deixar de contar ao leitor, pois reflete a lamentável debilidade do conceito que o Brasil hoje desfruta na América Latina. Como nosso país está em evidência nos noticiários, nas conversas amistosas com pessoas do povo, taxistas, etc., em Bogotá e Cartagena (Colômbia) e no Panamá, ouvimos nesses diálogos um comentário jocoso:  “E os roubos no Brasil, hein?”. Como diante dos fatos não pode haver contestação, de forma humorada pessoas do grupo replicavam: “É... mas o Brasil está mudando; vamos mandar Dilma e Lula para cá...”! Pelo menos em duas oportunidades a resposta sonora foi: “Nããããoooo!”. E ainda há os querem eles de volta...!

AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação (Cidade do Panamá-PANAMÁ).