"O segredo para o controle do colesterol é o equilíbrio", ressalta especialista da UPAE/IMIP de Petrolina

Boa parte dos brasileiros tem motivo para se preocupar com o colesterol. É que 60% da população mantém um alto nível de LDL – conhecido popularmente como colesterol ruim – no sangue, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Em quantidade elevada o colesterol pode se acumular e obstruir vasos, formando uma placa chamada aterosclerótica que pode reduzir ou até mesmo bloquear o fluxo de sangue para o coração, cabeça e pernas, causando infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e trombose, entre outas doenças.

O corpo humano precisa do colesterol para exercer suas funções, como a produção de alguns hormônios. O problema começa quando os níveis ultrapassam 200mg/dl para o colesterol total, 100mg/dl para o LDL e 60mg/dl para o HDL. "Nós temos o colesterol bom, que é o HDL, e o LDL que é o ruim. De uma maneira bem simples podemos dizer que eles possuem funções opostas. Enquanto o ruim pode provocar o entupimento dos vasos e artérias, o bom é capaz de remover o LDL do organismo, reduzindo o risco de infarto e AVC, por exemplo. As taxas dos dois precisam estar dentro dos níveis permitidos para trazer benefícios à saúde. Portanto, o segredo é o equilíbrio", explica o cardiologista da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina, Helder Kester.

De acordo com o especialista, maus hábitos podem provocar o aumento da produção do colesterol pelo fígado. Fatores hereditários também podem contribuir negativamente. "Cerca de 25% do colesterol é obtido na alimentação e 75% é produzido pelo corpo. Uma alimentação equilibrada auxilia na redução do colesterol ruim e a prática de exercícios físicos aumenta o percentual do colesterol bom. Aqui entra também a questão da hereditariedade. Existem pessoas predispostas geneticamente a produzir mais colesterol. A hipercolesterolemia familiar, por exemplo, é uma doença genética associada a deficiência no transporte e metabolismo do colesterol. Nesse caso, o tratamento medicamentoso deve ser iniciado o quanto antes", acrescenta.

Ainda sobre medicamentos, o cardiologista da UPAE alerta que as drogas para aumento da produção do HDL não são indicadas: "Os efeitos colaterais não valem os benefícios. Por isso, devem ser evitadas". Quanto à dieta, o especialista acredita que não devem ser radicais. "Se a gente passa uma dieta muito rigorosa o paciente tem dificuldade em aderir. O ideal é que a alimentação seja balanceada. Em casos mais graves podemos até restringir alguns alimentos, mas não é o comum, até porque não podemos tirar totalmente as gorduras da dieta, pois o nosso organismo precisa delas", defende. Para o controle, o médico ressalta que as consultas e exames de rotina são essenciais, pois "só assim pode-se verificar como estão as taxas no organismo".

O dia 08 de agosto foi instituído como "Dia Nacional de Combate ao Colesterol" e a data serve para alertar justamente sobre essas complicações decorrentes do excesso de gordura no organismo. "Acreditamos que a prevenção ainda é o melhor remédio. Por isso, buscamos seguir o calendário do Ministério da Saúde para dar dicas sobre as doenças que mais acometem a população. Esperamos também dessa maneira estar contribuindo com a promoção da saúde", revela a coordenadora geral da Unidade, Magnilde Alves.  

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