Nesta quinta-feira, 12, o Centro Integrado de Atendimento à Mulher – CIAM - da Secretaria de Desenvolvimento e Igualdade Social (Sedis) de Juazeiro realizou uma roda de conversa sobre adoção e todas as formas de família. O evento foi uma promoção da Semana do Bebê 2016, cujo tema é ‘Promoção dos Direitos das Gestantes e dos Bebês’. Estavam presentes a secretária do Social, Lindsai Amaral, o vereador Tiano Félix, a equipe do CIAM, mulheres assistidas pelo Centro e pessoas ligadas à pauta.
A roda de conversa foi conduzida pela advogada Monalisa Cardoso e equipe do CREAS, com o objetivo de construir um diálogo necessário sobre as diversas formas de família. Falou-se ainda em como é demorado o processo de adoção no Brasil. Para mulheres e casais que estavam presentes na conversa, a secretária Lindsai Amaral, disse que estavam ali fortalecendo vínculos e enfrentando o preconceito. “Temos aqui uma plateia bastante diversificada e sedenta de informações. Com a Semana do Bebê, as crianças agora têm momentos que são pensados para elas e isso é maravilhoso”, afirmou.
Durante a conversa, a advogada Monalisa Cardoso explicou que o processo de adoção precisa ser mais amadurecido. Segundo ela, “as comarcas precisam ter suas equipes próprias, é necessário haver concurso nos Tribunais de Justiça para garantir nas comarcas as equipes especializadas para atendimento e acompanhamento das famílias, que hoje ficam a cargo do município. Isso já adiantaria bastante. Outra coisa é a agilidade nas decisões de destituição do poder familiar, porque há necessidade de se garantir um prazo. É preciso analisar, de forma criteriosa, se essa família tem capacidade e interesse de garantir o desenvolvimento dessa criança”.
O casal homoafetivo Marcelo Cícero Alves do Nascimento Paixão e Marcelo Luis Paixão Alves do Nascimento, ambos cabeleireiros e casados no civil, estão na lista de espera para adoção. Acharam o momento oportuno e esclarecedor. “Fizemos questionamentos que nos tiraram muitas dúvidas e que também acabou ajudando outras pessoas. Uma delas era sobre o tempo de demora para destituição familiar e da adoção; penso que essas demoras atrapalham e são prejudiciais às crianças. De acordo com tudo que ouvimos da doutora Monalisa, estamos aptos a adotar. A questão financeira conta muito, porque é preciso dar à criança uma certa estabilidade econômica, mas o mais importante é ter amor e disso nós estamos transbordando”, ressaltou Marcelo Luis.
Para a Advogada, o mais interessante são esses novos núcleos familiares. “Interessante é saber que nessa comarca já tem casais homoafetivos cadastrados e habilitados para adoção. Pessoas reconhecidas na sociedade, que tem bom convívio, de boa índole e que isso não vai impedir de amar e garantir um lar para uma criança. O maior sonho de uma criança que vive hoje dentro de uma instituição é ter uma família, não importa como ela seja, mas que haja afetividade e é essa a oportunidade que a criança deve ter”, concluiu Cardoso.
Por Ramáiana Leal/SEDIS
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