O ministro-chefe do Gabinete da Presidência e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), atacou ontem o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e garantiu que o governo sairá vitorioso no processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Em entrevista à rádio Metrópole, Wagner afirmou que está “decepcionado” com a atuação de Temer, que, segundo ele, é um “conspirador”. “A situação não é boa para o Brasil. Isso não é bom para a crise. Vejo um vice que não teve nem a liturgia de esperar um resultado que ainda vai demorar. Tem que esperar o processo primeiro para ver se aceita ou não a denúncia vinda da Câmara. O vice parece que está um pouco afobado, só faltou dizer que estava distribuindo gás. Você sabe que quem corre apressado come cru. FHC uma vez sentou na cadeira de prefeito de São Paulo. O cara [Temer] está achando que é final de campeonato e não é”, afirmou.Ainda na entrevista, Wagner voltou a dizer que o governo sairá vitorioso no próximo domingo (17), quando será votado o processo de impeachment no plenário da Câmara. Segundo ele, hoje o Palácio do Planalto tem, pelo menos, 10 votos a mais do que o necessário. “Pelas minhas contas, [o impeachment] não vai passar. Estou bem seguro que vamos passar por mais essa. Peço que a oposição se acalme para 2018, quem sabe, ser eleita pelo voto do povo. Estão agindo como fazem aí na Fonte Nova. O time perde e sai quebrando o estádio. Tão quebrando o Brasil porque perderam nas eleições de 2014″, disse.
O petista reconheceu que o governo é responsável pela crise econômica que afeta o país. Disse, entretanto, que a presidente Dilma Rousseff tem condições de mudar a situação. “Ela tem menos jogo de cintura [do que eu e Lula]. Mas a vida vai ensinando e hoje ela tem capacidade de ouvir mais. E ela vai contar com um jogador que é um Pelé da política”, disse Wagner, se referindo ao ex-presidente Lula, que pode assumir o Ministério da Casa Civil, situação depende do Supremo Tribunal Federal (STF).Wagner fez questão de ressaltar que seria “melhor” para o país aprovar uma “emenda constitucional e devolver para o povo antecipadamente” a decisão sobre quem deve ficar na Presidência da República do que um processo de impeachment contra Dilma. Para ele, a votação poderia ocorrer em setembro ou outubro deste ano.
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