Aqui, ali ou acolá é sempre o mesmo bê-á-bá... É sempre do mesmo jeito e de maneira peculiar, é sempre a mesma alegria de oferecer seu serviço ou produto que só eles sabem como o freguês conquistar... E o legal é que ainda deu rima!
Há alguns dias tomamos conhecimento aqui no blog de incidentes ocorridos com alguns trabalhadores em determinada área da cidade. De qual lado está a razão não sei, só sei que segundo as Leis dos mais antigos “é melhor trabalhar do que roubar”...
Não é de hoje que os trabalhadores informais são perseguidos. Ocorre-me agora, enquanto escrevo, que em algumas capitais existiam, ou ainda existem, os temíveis “RAPAS”, que quando agem contra os Camelôs é no intuito de acabar com tudo, numa violência sem igual. O bacana de tudo é que a informalidade resistiu ao tempo e essas figuras, muitas delas divertidas, ganham o seu trocado de forma dura, suada e honesta, diferentemente de alguns bem vestidos e bem nascidos, atualmente condenados e lacrados...
É muito divertido mesmo, lembrar do “Gordo” e da “Morena da água” vendendo sua salada de frutas e copinhos de água mineral
naquela praia, e aqueles outros no calçadão daquela capital, cantando, gritando, assoviando, tudo fazendo em defesa do seu cacau... Aqui, temos aquela moreninha com seu carrinho cheio de hortifrutigranjeiros passando em nossas portas às 07:00 hrs da manhã, oferecendo o tomate, pimentão, melão, melancia e depois embola tudo num inglês para inglês não ver...rsrs. E tudo termina com ela sempre vendendo seus produtos de uma forma domiciliar...
Tem ainda aquelas jovens vendedoras de chips em pleno sol de meio dia, defendendo seu dinheirinho. Tem também a marmiteira que, da outra vez que escrevi sobre tema parecido, me pediu para lembrar dela, e tem muito mais pessoas de bem, que vocês poderão aqui mencionar se assim desejar. E o melhor de tudo isso, é que todos eles, cada um de forma singular, todos os dias, vão para a luta e a labuta, e fazem de tudo para seu pão honestamente ganharem...
Não poderia esquecer os pequenos e micro empreendedores, que também são parcela importante na economia, inclusive, há quase dois anos tendo despertado o interesse de uma Prefeitura da Região que, ao invés de blá-blá-blá, tem treinado e emprestado dinheiro através de uma Agencia Municipal do Empreendedor, criada exclusivamente para apoiar o pequeno e isso é digno de ser citado pela visão avançada do Gestor, e sua sensibilidade de acreditar e investir na informalidade, no setor de serviços e comércio popular...
Palavra final: Ao finalizar esse texto, lembrei-me dos meus tempos idos, quando vendia salada de frutas pelas ruas da cidade e, ao final do mês, aquela mão que guiou minha vida me dava meus trocados para ir ao cinema, comprar minha roupa e outras pequenas despesas, todas pagas com o resultado daquele trabalho árduo e divertido, que até o final das contas dos meus dias vai me fazer entender, que só o dinheiro ganho com honestidade nos permite dormir e acordar sem pesadelos... E assim será!
Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do blog.
2 comentários
12 de Apr / 2016 às 15h02
Como sempre, caro Acord@dinho, desconhecido e anônimo, a sua capacidade de desenvolver importantes temas falando da vida do homem na sociedade, apresenta interessantes contornos. Em tempos magros e de grande desalento para as pessoas que vêm à sua frente o fantasma do desemprego rondando perigosamente à sua porta, o quanto é importante você valorizar aqueles que se dedicam ao trabalho informal, ganhando o sustento honesto e sacrificado para toda a família...! Parabéns por prestigiar esse segmento de trabalhadores!
12 de Apr / 2016 às 17h04
Este singelo mas profundo texto, Acord@adinho, nos revela a simplicidade das pessoas que estão na informalidade pela sua necessidade de obter a sobrevivência de uma forma digna e honrada. Esta forma de executar o comércio deveria ser mais compreendida e até estimulada por permitir uma forma de renda as pessoas humildes. Mas a burocracia estatal, estimulada pela arrecadação de impostos, acaba prejudicando esta atividade. Que tanto contribui para a digna sobrevivência de tantas famílias. Você vivenciou esta realidade e sobreviveu guiado por uma mão em direção aos bons costumes. Poucos brasileiros tem esta oportunidade nos dias de hoje. Gostei de ler esta crônica. Nos traz um sentimento gratificante de compreensão da humildade e da vida.FOZ DO IGUAÇU-PR.