Ainda não conseguimos nos desprender, pelo menos no campo da politica, das práticas coloniais e do início da República. As câmaras municipais são a porta mais fácil para a entrada dos filhos de políticos tradicionais, como forma de perpetuar o poder da família. É uma espécie de teste aplicado pelo político para saber se seu descendente direto poderá dar continuidade ao legado e, ao mesmo tempo manter o poder da oligarquia.
A política pode até ser abraçada pelas novas gerações bem-intencionadas, mas na política brasileira, o que se vê é uma tentativa clara de famílias inteiras se perpetuarem no poder. Prática que é mais comum no Nordeste, e que há cerca de duas décadas se torna cada vez mais presente dos grandes centros das regiões Sul e Sudeste.
A lógica passa também por outra perspectiva, o pai que geralmente se beneficiou durante quase toda vida da politica, encaminha os filhos para os bons cursos em universidades públicas, mas geralmente tem aquele filho que não querendo estudar, o pai coloca numa universidade particular, numa tentativa que ele se encontre. Não tem jeito o moleque não quer estudar e não quer trabalhar. Nesse momento o pai tem a grande certeza: esse tem que ser politico. É assim na grande maioria das vezes que muitos filhotes sem jeito com a politica e traquejo com a coisa pública torna-se representante da sociedade.
Na região não faltam exemplos de casos da “tal politica de pai para filho”. Temos na região o caso do pai senador e dois filhos deputados, será que outros jovens não mereciam tamanha oportunidade? Há outro caso muito típico. O deputado federal Jair Bossonaro tem encaminhado todos os filhos para a vida pública. O caçula dos Bossonaro, Carlos Bolsonaro, mal completou 18 anos, se elegeu às custas do pai ao cargo de vereador desbancando muitos figurões no Rio de Janeiro.
Há ainda casos típicos dos filhos que ostentam o mesmo nome do pai, na campanha às vezes utilizam o mesmo número. Tem alguns que são uns verdadeiros paquidermes, pesados e sem jeito, nesses casos cabe ao papai politico gastar uma fortuna para eleger o filho, geralmente eles utilizam a máquina pública.
O mandato parlamentar ou a representação politica é coisa séria, não é somente vocação em ser politico, é ter, sobretudo, um referencial da vida coletiva, é pensar e sonhar grande com um ideal de sociedade igualitária, é saber que quem ganha com o mandato deve sempre a sociedade e não o politico. É desprender da vaidade de querer viver da politica como se fosse caminho para dar-se bem na vida e ganhar sem fazer nada. A politica é parte inerente do viver em sociedade, teremos sempre a necessidade de representação politica, é assim a dinâmica da sociedade dita civilizada.
Não se deve discutir a velha lógica de quem está corrompido, se é o politico ou o eleitor, cabe sempre ao eleitor a decisão de mudar o cenário, de ir para as ruas pedi mudança ou no dia da eleição fazer diferente daqueles que impregnados da velha politica, acham que tem curral eleitoral, ou que o eleitor tem um cabresto, e que para o filho desajustado um mandato parlamentar é a solução.
Ênio Silva da Costa
Pedagogo e Sargento BM.
12 comentários
03 de Jan / 2016 às 11h44
Bom texto Ênio, é o momento de revermos posturas e ideais políticos em nossa sociedade e em especial em nossa Juazeiro. Até quando nós eleitores, vamos continuar elegendo "aqueles"... filhos de velhos políticos ou, mas, que pretendem permanecer no poder? O tempo do voto de cabresto e do curral eleitoral passou. Assim penso eu e você?
03 de Jan / 2016 às 11h50
NA MAIOR DEMOCRACIA DO MUNDO A FAMILIA BUSH FICOU PAI E FILHO NO PODER,FAMILIA KENNEDY FORAM VARIOS,HILARY SEGUE PARA GANHAR ELEICAO O MARIDO FOI PRESIDENTE,PORTANTO NAO EH PRATICA COLONIAL ANTIGA NADA,EH ATUAL A HISTORIA FUNCIONA ASSIM
03 de Jan / 2016 às 14h48
Ênio você retratou bem a politica brasileira, a hereditariedade politica é um mal que assola o Brasil à séculos, e como faz mal. Não existe uma vocação natural para ser politico, alias para muitas funções, o importante é se da bem, custe o que custar, muitos querem ser médico não é para atender bem o paciente, mas o próprio bolso.Retornando ao assunto em questão, tudo o que é imprestável deságua nesse oceano incontrolável que é a politica partidária brasileira.
03 de Jan / 2016 às 15h56
Genero Numero e Grau
03 de Jan / 2016 às 16h45
Geraldo,leitores e, em especial os eleitores desta plaga. Concordo mo o Sr. Enio, acrescendo que tudo não passa de uma DITADURA MARROM, só que no caso exposto a culpa é nossa na condição de elitor, que continua a votar de favor pessoal, não observa a vida do postulante aos cargos eletivos e, colocam no poder, os Calheiros, Sarneys, Maias, Bezerras,Carneiros, Tanures, Gomes, Bertes etc... Porém, se filhos parentes de tradicionais da politica forem capacitados e comprometidos com coisa pública, o que é raridade, devemos votar sem penaliza-lo pelo fato de parentescos. Eu entendo que é melhor um comprometido como foi exemplificado, do que um PTista, que ama o PTchuleco. Pensem nisso e, na eleição proxima, procurem a votar no proximo do povo.
03 de Jan / 2016 às 20h27
Sr.Ênio, adorei muito,o artigo. De pai para filho na política para se perpetuar no poder mamando. Lindo artigo. Lembrei de uns anos atrás, quando li um artigo contundente do professor Otoniel Gondim, se não me engano, tinha como título O CARNAVAL DOS FILHOTES POLÍTICOS. Também , como sempre um grandioso artigo desse destemido professor Otoniel Gondim. Acontece, Sr. Ênio que a maioria dos filhos de polííticos são péssimos e empurrados goela abaixo pelos pais. às vezes nem querem...Parabéns, ênio
03 de Jan / 2016 às 20h42
artista. pre candidato a vereador pelos partidos da direita ontra o povo. VÁ ENGANAR OUTRO......
04 de Jan / 2016 às 12h23
O artigo tem alguns pontos muito bem acertados, porém não podemos generalizar.Quando olhemos o fruto da nossa plantação para único e exclusivamente nosso próprio umbigo. O debate político muito sadio, principalmente na tão sonhoda plenitude da democracia brasileira. Torço para que o povo brasileiro vote com honestidade e dignidade nas eleições de 2016.
04 de Jan / 2016 às 13h18
De onde vc surgiu, me diz pq é té então não vir o seu trabalho politico em pró de um povo ou em pró de Juazeiro, se referir a Ilha do fogo não foi uma luta sua mais de todos nós usuários, vc sumiu a vida toda agora aparace como se fosse o salvador da pratica, não é por ai amigo, ser politico vai muito além do q disse me disse. ou de um conto de fadas escrito por uma pessoa que esta querendo ser notado nesse momento, vc vai sair a candidato a vereador, ai vc vai ver q as coisas são diferente de historicismo escritos.
04 de Jan / 2016 às 13h26
Voltou-se ao tempo do coronelismo, como podemos chamar democracia um governo onde o prefeito traz quase todos os vereadores debaixo da asa, aprova contas desaprovadas pelo TCM, enche a prefeitura de parentes, elege deputado e se diz comunista, esse pessoal só é comum ao próprio bolso, só não vê quem não quer.
06 de Jan / 2016 às 21h04
Realista você não tem nada de realista, a realidade é outra
06 de Jan / 2016 às 21h05
Marta, serei candidato sim, mas não pelo seu partido.