As contas do setor público consolidado apresentaram um superávit primário de R$ 104,1 bilhões em janeiro deste ano, o equivalente a 10,83% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira (14).
O superávit primário acontece quando as receitas com impostos ficam acima das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Governo Federal intensifica reuniões pra tratar das Contas Públicas
Em caso contrário, há déficit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Segundo o Banco Central, o resultado de janeiro é recorde histórico, sendo o maior valor da história para todos os meses, não somente para janeiro (sem a correção pela inflação).
Na comparação com janeiro do ano passado, quando o saldo positivo somou R$ 102,1 bilhões, houve aumento.
Quando os valores são corrigidos pela inflação, ou comparados em relação ao PIB, entretanto, indicadores considerados mais adequados por especialistas para comparação histórica, houve recuo.
Neste caso, o superávit de janeiro de 2024 foi de 11,49% do PIB.
"Superavit primário de R$ 104,1 bilhões, recorde na série, não apenas para meses de janeiro, mas também para qualquer mês. Embora a gente não tenha esse número aqui, dá pra você ver que, com esse ajuste para valor real [pela inflação], esse recorde não seria obtido [em janeiro deste ano]. Qualquer um desses três resultados nominal, [corrigido pela inflação ou na proporção do PIB], você vai manter a sazonalidade muito favorável de janeiro", disse o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
Em tese, o resultado das contas públicas, em janeiro, foi favorecido pela arrecadação, que costuma apresentar bom desempenho no primeiro mês de cada ano.
Os números oficiais da arrecadação em janeiro, porém, ainda não foram divulgados pela Receita Federal. Estão atrasados, em meio à greve por reajuste salarial dos servidores do órgão.
Ao mesmo tempo, sem a aprovação do Orçamento de 2025, há uma dificuldade maior por parte do governo para realizar gastos.
As despesas estão limitadas a 1/12 por mês da dotação orçamentária, mas o Tesouro Nacional informou que está gastando menos ainda: 1/18 por mês.
Agencia Brasil e G1 Foto Jornal da USP
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