Projeto da Ararinha Azul em Curaçá recebe 41 aves nesta quarta-feira (29)

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), originária e exclusiva do Brasil, endêmica do Bioma Caatinga, é considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do Brasil. Elas dependiam principalmente das matas ciliares na região de Curaçá, na Bahia, onde encontravam alimento, abrigo e locais para nidificação.

O tráfico de aves é o principal fator de extinção da espécie na natureza, já que é cobiçada por colecionadores e criadores internacionais. Adicionalmente, a destruição dos habitats, causada pelo desmatamento e expansão agrícola, também contribuiu para levar à sua extinção na natureza.

O Brasil tem envidado esforços para a importação de indivíduos existentes em cativeiro junto a outros países para que sejam incluídos no Plano de Conservação da espécie, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), envolvendo muitos outros parceiros, a partir de projetos de reprodução em cativeiro (ex situ) e de reabilitação na natureza.

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De acordo com a assessoria de imprensa do IBAMA/Governo Federal, Em 2020, um marco importante foi alcançado quando 52 ararinhas-azuis foram repatriadas da Alemanha ao Brasil com o objetivo de serem reintroduzidas na natureza em uma área protegida na Bahia, criada especialmente para esta finalidade, após décadas de preparação e estudos. Quase cinco anos depois, na tarde desta quarta-feira (29) chegam mais 41 indivíduos ao Brasil, oriundas da Alemanha.

A reintrodução das ararinhas-azuis na natureza é um passo crucial, mas ainda há muitos desafios pela frente. A restauração do habitat, o monitoramento contínuo das aves reintroduzidas e a participação das comunidades locais são essenciais para garantir que a espécie não desapareça novamente. Além disso, o combate ao tráfico de animais silvestres continua sendo uma prioridade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para evitar que outras espécies enfrentem o mesmo destino.

O Brasil, por meio de sua representação na Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), vem pleiteando que todos os espécimes de ararinha-azul em cativeiro no mundo devem, necessariamente, estar em instituições participantes do Programa de Manejo Populacional da Ararinha-Azul. Este programa, implementado pelo Estado brasileiro, tem a finalidade precípua de possibilitar, por meio da reintrodução da espécie na natureza, a sua conservação in situ, isto é, a conservação da ararinha-azul livre, em seu habitat.

As ararinhas-azuis não são apenas uma espécie icônica. Elas representam a luta pela conservação da biodiversidade e a importância de proteger esse ecossistema único, a Caatinga. Sua história serve como um alerta sobre os impactos devastadores da atividade humana no meio ambiente, mas também como um exemplo de como a ciência, a cooperação internacional, o trabalho em parceria e a dedicação para a conservação da biodiversidade de diversas instituições, podem reverter situações críticas de extinção de espécies nativas brasileiras.

 

Redação Redegn com informações Assessoria de Comunicação do Ibama FOto Foto: Rodrigo Agostinho/Presi