Rio Pajeú, afluente do Rio São Francisco sofre com sérios problemas ambientais

A Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, representada por Elias Silva, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), participou nesta semana do 2° Encontro com os Prefeitos, Vereadores e Secretários de Agricultura e Meio Ambiente do Pajeú, realizado no município de Triunfo, em Pernambuco.

Na ocasião, foi realizada a coleta de propostas visando a Campanha da Fraternidade que, este ano, motivada pela realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), que acontecerá em novembro em Belém (PA), tem o tema Ecologia Integral.

Neste contexto, algumas propostas foram apresentadas, visando a atuação na Bacia do Rio São Francisco e de seu afluente em Pernambuco, o Rio Pajeú. Entre elas, a consolidação das leis de comemoração do Dia do Rio Pajeú em todos municípios da Bacia.

Maior bacia hidrográfica do estado, o Rio Pajeú, com mais de 16 mil km², passa por 11 cidades pernambucanas e é responsável pelo abastecimento de 28 municípios. Com sérios problemas ambientais, o afluente que deságua no Rio São Francisco na cidade de Itacuruba, teve, dos municípios integrantes do Consórcio de Integração dos Municípios do Pajeú- PE (Cimpajeu), o compromisso assumido de ampliar o programa de Capacitação de Irrigantes realizado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. A ideia é que a ação seja replicada em caráter permanente e visando o combate do uso de agrotóxicos na bacia.

“Durante a reunião, apresentei dados da situação do Rio Pajeú com base no diagnóstico, que o CBHSF financiou, em relação à situação de agrotóxicos em toda a bacia do Pajeú. Com esses dados, associado ao programa de capacitação de irrigantes do Comitê do São Francisco que já aconteceu em duas cidades pertencentes à bacia do Pajeú, além de outras ações financiadas pelo comitê, nasceu uma proposta concreta visando a ampliação dessa ação para a redução de agrotóxico e incentivo de práticas agroecológicas. A ideia é articular uma grande capacitação, além do que o comitê faz, como uma ação permanente para tentar minimizar essa questão do uso de agrotóxicos que, de acordo com dados da Saúde, tem contribuído para o aumento de doenças, como o câncer de estômago, intestino e garganta”, afirmou Elias.

Também participaram do encontro prefeitos, secretários de meio ambiente, presidentes de Câmara de Vereadores e demais entidades. “Na ocasião, também cobrei o compromisso dos prefeitos em apresentar a situação atual dos planos de saneamento, financiados pelo CBHSF em diversos municípios da bacia e seus desdobramentos. Também foi deliberada uma comissão para discutir com os órgãos de controle e coordenação do Ministério Público de Pernambuco ações de desdobramentos do que foi pactuado na Carta de Petrolina, assinada na Plenária do CBHSF em 2011, que trata da universalização do acesso à água e esgoto tratado”, completou Elias.

O encontro foi coordenado pelo bispo Dom Limacêdo Antônio da Silva, da Diocese de Afogados da Ingazeira. “Foi um dia muito especial para esse novo momento de desafios, principalmente com a criação do Grupo de Trabalho de Desertificação, implementado na CCR Submédio, onde temos à frente o coordenador Cláudio Ademar que tem se preocupado na busca do que chamamos de Justiça Ambiental para todos que estão principalmente nas áreas já identificadas em avançado processo de desertificação”.

O evento fez parte do cronograma que ainda prevê o encontro de Bispos do Brasil, que acontecerá em março, em Triunfo, e que contará com atores ambientais de vários ministérios e entidades.