Em entrevista, Engenheiro sanitarista do SAAE chama de “sensível” cenário encontrado na pasta e revela necessidade de manutenção em todos os equipamentos

Acompanhando a diretora-presidente do SAAE, em entrevista ao Programa de Geraldo José nesta terça-feira (21), o Engenheiro sanitarista, gestor de obras e projetos do SAAE, Luiz Humberto Moraes Valente, falou das dificuldades que os servidores do SAAE estão enfrentando para organizar a rotina de trabalho, diante do quadro encontrado. “É um desafio muito grande. O cenário que foi encontrado, eu vou chamar muito sensível”, iniciou Luiz.

Quando se fala em demanda, Luiz Humberto revela que quando foi feito o levantamento, a demanda estava retraída. “Exceto as demandas diárias, estávamos devendo 800 chamados de desobstrução de esgotamento sanitário. Nós conseguimos dar vazão, a gente fez um mutirão, passado pela presidente também, a gente juntou com a equipe. Nos finais de semana a gente tá trabalhando pra poder reduzir esse número pra atingir a população”, explica.

Sobre as 18 elevatórias que ficaram paradas após o resultado das eleições, em outubro de 2024, Luiz detalhou que foram elevatórias que entraram em cenário de colapso. Mas, de acordo com o Engenheiro, todas as elevatórias de Juazeiro necessitam de manutenção. “Na verdade, todos os equipamentos de serviços prestados pelo SAAE necessitam de manutenção, melhora dos equipamentos. Nós temos hoje tecnologias que já estão obsoletas, manuseios que poderiam ser melhorados, demandas tecnológicas que poderiam ser melhores aplicadas, e o reflexo do não atendimento disso é o que a população de Juazeiro vive”, disse.
 
Questionado sobre a frequente falta de água em alguns bairros, a exemplo do Parque Residencial, Luiz explica que isso acontece devido a vários fatores. “São problemas multifatoriais. Passa primeiro desde a manutenção de toda a rede já existente. Passa, desde um possível - não vou dizer caso específico, mas a gente já tá levantando pontos de que a rede existente não consegue atender a população, ou seja, teve um crescimento exponencial urbano, de adensamento populacional e o sistema de abastecimento ele não acompanhou esse crescimento. Paralelo a isso, existem muitas redes clandestinas de água, que acaba contribuindo pra que essa água não consiga chegar a toda população. Uma vez que a gente faz o dimensionamento com uma rede, e essa rede tem desvios prediais - que são as ligações clandestinas, você acaba subdimensionando a rede e ela não consegue atender até o ponto final”, conta.

Luiz reforça ainda que, as manutenções, elas precisam ser preventivas e corretivas. “Manutenção é importantíssima, e ela é periódica, tem que ser diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente, e de períodos pra tomada de decisão”.

Falta de água no Parque Residencial

Em resposta ao questionamento de uma ouvinte sobre a falta de água diária no Parque Residencial, Fabiana complementa que um levantamento setorial está sendo feito para que seja possível redimensionar toda a estratégia de atendimento e abastecimento de água da cidade, na sede e no interior. “Já começamos isso, esse estudo e eu espero receber o quanto antes da equipe pra que a gente possa analisar quais serão os recursos necessários de investimento, pra que isso possa acontecer de maneira mais rápida possível”, esclarece.

Qualidade da água

Em relação à coloração da água, reclamação recorrente da população, o SAAE tem emitido notas indicando que não há problema e que as pessoas podem consumir a água. Sobre isso, Fabiana mencionou o período chuvoso e de como está sendo feito o processo de limpeza dos filtros. “A gente sabe que todo janeiro quando chove, né, a água fica bem mexida e não é a primeira vez que fica com essa coloração”. 

De acordo com Fabiana, todas as medidas necessárias e sanitárias estão sendo realizadas. “Até nisso nós estamos trabalhando, inclusive muitas vezes trabalhando com serviço manual da nossa equipe, na lavagem dos filtros, porque existe, inclusive, um contrato do SAAE que é do Maranhão. Eu não sei como é que funciona, a gente já notificou a empresa. Nós não podemos esperar, muitas vezes, que são 48 horas. Só que 48 horas acontece muita coisa. Então, a nossa equipe tem se colocado nessa situação também de fazer a lavagem, porque eu não posso esperar. Então, isso é um outro ponto também que a gente tem trabalhado pra que a gente possa, efetivamente, atender num tempo hábil tudo que é necessário”, conclui.

“Dentro do processo de uma estação de tratamento de água, existe a aplicação de insumos e lá é feito todo o controle e análise do próprio laboratório do SAAE, que é submetido a uma análise externa, dos padrões físico-químicos, que são chamados PH, dentre outros parâmetros. A gente recebeu essas demandas da coloração da água e foi feito todos os testes padrões físico-químicos e a água fornecida estava dentro desses parâmetros, estava em conformidade. Quando você vem com uma chuva dessa, um momento de vazão muito grande, todo esse sedimento acaba sendo carreado. E, como já dito, a gente tá fazendo as limpezas, a retrolavagem manual, pra poder atender a demanda, e aí, de fato, acontece essa coloração”, finaliza Luiz.

Redação RedeGN