Diretora-presidente do SAAE faz balanço do atual cenário da autarquia e fala do ritmo de trabalho para sanar problemas

Um cenário desafiador e com um robusto endividamento. Foi assim que a diretora-presidente do Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) de Juazeiro, Fabiana Egashira Guimarães, declarou ter encontrado a autarquia ao assumir a gestão da pasta. Em entrevista ao Programa de Geraldo José, na tarde desta terça-feira (21), Fabiana, que estava acompanhada do Engenheiro sanitarista, gestor de obras e projetos do SAAE, Luiz Humberto Moraes Valente, fez um balanço e descreveu sobre as dificuldades que as equipes vêm enfrentando para sanar problemas e cumprir com as obrigações à população.

“Já vi esse SAAE superavitário, né. Lá em 2012, nós tínhamos um SAAE superavitário, com grandes investimentos que foram feitos, que até hoje continuam lá. Mas pra tudo isso acontecer de maneira confortável, precisa ter manutenção, precisa ter, tanto investimento na parte operacional, como na parte de capital. E, infelizmente, hoje, o SAAE nesse primeiro momento de 20 dias, nós estamos apagando incêndio, porque a gente precisa ter processos licitatórios que compreendam a demanda do SAAE”, explica Fabiana.

Falta de arrecadação

Outro ponto mencionado foi o “cenário ruim na arrecadação”, quando se fala de inadimplência. De acordo com a diretora, a inadimplência é significativa. Fazendo o comparativo hoje, com os  dados do Sistema Integrado de Gestão de Serviços de Saneamento (GSAN), de 2019 para 2020, tinha-se uma inadimplência que hoje se apresenta de 14%. Entretanto, de 2020 ao período atual, a inadimplência teve uma crescente em mais de 25%. “Na época que nós estávamos nesse período de transição, de outubro até o final do ano, a informação é, e isso a gente tem buscado estar presente nos distritos, pra conhecer a realidade do interior, há quatro anos não se corta água no interior. Não existe. Uma concessionária ela precisa ofertar uma água tratada, e o esgoto, mas pra isso ela precisa ter condições de fazer investimentos, e sem arrecadação infelizmente não há como você ter um cenário diferente, porque o investimento vem quando você tem condições, disponibilidades pra fazer a situação acontecer”, disse.

Ausência de licitação

Questionada sobre a ausência de licitação comprometer a qualidade da água ofertada, Fabiana explica que alguns contratos estavam perto de vencer, mas que foi possível realizar a renovação e manter o andamento do serviço, mesmo com pendências financeiras. “Em relação à qualidade da água, ainda bem que nós temos ainda contrato vigente com a parte de insumos. Isso foi uma coisa importantíssima, porque no dia 2 de janeiro quando chegamos aqui estava vencendo o contrato de produtos químicos, pra o tratamento da água. Conseguimos fazer a renovação, mas isso tem que tá pautado dentro de um processo que a gente tem que fazer. Tivemos um prazo de 90 dias pra respirar, digamos assim, e infinitos contratos sem saldo contratual pra acontecer. Sorte nossa também, que ainda tínhamos um contrato vigente, mas com pendências financeiras dos hidrojateadores”, conta.

Endividamento

Sobre a atual dívida da autarquia, no valor de R$ 80 milhões, a diretora-presidente declarou que, apesar de a dívida ser preocupante, o plano de governo da gestão Andrei Gonçalves tem permitido se trabalhar com um olhar de otimismo, fortalecendo a equipe.

“É bem estressante o valor quando a gente olha assim, mas o plano de governo do prefeito Andrei tem nos fortalecido no sentido de a gente conseguir reerguer não só o SAAE, como Juazeiro como um todo. Vai demandar, mas a gente vai procurar tentar em relação a convênios, as emendas parlamentares, ao engajamento com o governo do estado, o governo federal, pra que a gente consiga trabalhar num cenário mais otimista, digamos assim, mais realista. O desafio foi lançado e eu disse, Andrei, eu tô disposta; mas eu não consigo fazer isso sozinha, se não tiver a quatro, oito mãos. E quando eu digo isso, não é só de braços dados com o governo, com o município, com as pessoas do SAAE, né, com as entidades, associações, com os políticos, mas também com a população. A população precisa estar de mãos dadas conosco em todos os sentidos. Eu não digo só no sentido de compreensão. Nesse primeiro momento nós só temos 20 dias de governo, de fato, andando. Nós estamos trabalhando intensamente aos finais de semana, sem parar com a nossa equipe, que eu não posso tornar a equipe frágil nesse momento também, porque eu preciso deles, e eu preciso da compreensão da população também nesse sentido, porque eles tão trabalhando sábado e domingo”, pontua.