“Volta Seca - A Favor do Vento: Cantigas de Lampião” é premiado no Festival Iberoamericano de Cinema

O curta-metragem “Volta Seca - A Favor do Vento: Cantigas de Lampião”, este é o título do curta-metragem,  produzido em Itabaiana, Sergipe que ganhou como melhor filme, no Festival Iberoamericano de Cinema.

O filme Volta Seca a favor do Vento: cantigas de Lampião, idealizado pelo professor Anderson Almeida,  dirigido por Marlon Delano e com roteiro do professor doutor em Ciência da Literatura e escritor paraibano Aderaldo Luciano.

O Jornal Sementes Vermelhas parabenizou, o areense, Aderaldo Luciano. Aderaldo Luciano é coordenador de vários projetos de divulgação sobre a literatura de cordel, como o ‘Roda de Cordel: Círculo de Estudos Sobre o Cordel Brasileiro’ e ‘Roda de Cordel Leituras’, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras, além de ser preparador de originais da Ensinamento Editora.

O filme mostra a trajetória de Antônio dos Santos, um menino cangaceiro do Bando de Lampião, e compositor de músicas como Mulher Rendeira e Acorda Maria Bonita.

A vida de Volta Seca, retratada de maneira poética, conta a surpreendente história do menino que foi um dos membros do mais famoso grupo de cangaceiros do Brasil a ser preso – descrito pela mídia da época como bandido sanguinário e destemido. O sergipano, nascido no agreste, em 1918, foi incorporado ao bando de Lampião aos 11 anos de idade, quando ganhou o apelido. Foi para a prisão três vezes – na primeira delas tinha apenas 14 anos.

Antônio do Santos - seu nome de batismo -, foi visitado na cadeia, em 1939, pela Irmã Dulce. Em 1944, escapou e foi caminhando da Bahia até Sergipe por vinte dias. No cárcere de novo, recebeu visitas do escritor Jorge Amado e de muitos jornalistas de nome, que queria “decifrar” a figura que ela mesma pintava como “sanguinária”. 

Volta Seca fugiu pela segunda vez, em 1946, mas foi novamente para a cadeia, em Salvador (BA). As visitas na prisão fizeram com que a história e as canções desse personagem histórico fossem conhecidas e preservadas. Depois de 20 anos de sua primeira detenção, foi libertado, em 1952, por um indulto presidencial de Getúlio Vargas. A partir de então, mudou-se para o Rio de Janeiro, para onde foi levado por causa de sua fama, que percorria todo o país.

Hoje praticamente esquecido, mas muito famoso em seu tempo, Volta Seca tornou-se um dos compositores brasileiros mais populares do Século XX – uma reviravolta quase novelesca. Antônio compôs as canções famosas ainda no grupo do mais temido cangaceiro do país, quando tinha entre 12 e 14 anos. As obras foram eternizadas em gravações pela Rádio Nacional, no LP As Cantigas de Lampião (1957), reunindo oito músicas, com arranjos do maestro Guio de Moraes. O disco foi relançado décadas depois, sob o título A Música do Cangaço.