O início do ano letivo tem sido desafiador para pais e responsáveis que estão lidando com preços mais altos na hora de comprar o material escolar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no setor de educação acumulou 6,84% nos últimos 12 meses, superando a inflação geral.
As famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024, o que representou um aumento de 43,7% ao longo dos últimos quatro anos. O valor é uma estimativa de pesquisa inédita do Instituto Locomotiva e QuestionPro. O levantamento mostra que essas compras impactam o orçamento de 85% das famílias brasileiras com filhos em idade escolar e que um a cada três compradores pretende parcelar para poder dar conta das despesas para o ano letivo de 2025.
Ao todo, foram realizadas 1.461 entrevistas com homens e mulheres com mais de 18 anos em todo o país. Os questionários foram aplicados entre 2 e 4 de dezembro.
O estudo mostra que a maioria dos pais e responsáveis de estudantes tanto da rede pública quanto da rede privada disseram que comprará materiais escolares para o ano letivo de 2025: 90% daqueles com filhos em escolas públicas e 96% daqueles com filhos em estabelecimentos privados.
A maior parte das famílias precisará comprar materiais escolares solicitados pelas escolas (87%), seguido de uniformes (72%) e livros didáticos (71%).
Itens essenciais como cadernos, livros e livros didáticos registraram os maiores aumentos.
Os preços desses produtos subiram 6,31%, 9,65% e 7,64%, respectivamente. Economistas explicam que o aumento no custo de matérias-primas, como celulose e tintas, foi um dos principais fatores que contribuíram para o reajuste.
Apesar de alguns itens terem mantido os preços, o impacto acumulado no orçamento preocupa as famílias, especialmente aquelas com mais de um filho em idade escolar.
O economista Ednaldo Souza esclarece que os preços do material escolar estão ligados a fatores como a alta no dólar e o custo de matérias-primas, principalmente celulose e tintas. "Por exemplo, uma caneta esferográfica está com 49,5% de carga tributária. (...) Infelizmente, a gente precisa ter uma política monetária, cambial e fiscal urgente no nosso país".
1 comentário
03 de Jan / 2025 às 15h42
Material escolar sempre aumenta no mês de janeiro!