A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na última segunda-feira (23), a produção de dois medicamentos à base de liraglutida pela farmacêutica EMS: o Lirux, indicado para o tratamento do diabetes, e o Olire, voltado para o combate à obesidade.
A aprovação foi publicada no Diário Oficial da União e os medicamentos começarão a ser comercializados no Brasil ao longo de 2025.
A liraglutida, princípio ativo dos medicamentos Saxenda e Victoza, da farmacêutica Novo Nordisk, teve sua patente expirada no Brasil este ano, permitindo a entrada de novos produtos no mercado. Classificada como um análogo de GLP-1, um hormônio produzido no intestino e liberado na presença de glicose, a liraglutida desempenha funções importantes no controle da glicemia. Ela sinaliza ao cérebro que o corpo está alimentado, o que contribui para a diminuição do apetite, ao mesmo tempo em que aumenta a produção de insulina e ajuda a equilibrar os níveis de açúcar no sangue.
O Lirux e o Olire serão fabricados inteiramente no Brasil, o que marca a primeira vez que medicamentos dessa categoria serão produzidos no país. A EMS afirma que desenvolveu o produto localmente, com tecnologia brasileira, desde a produção da matéria-prima até o produto acabado. "Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado, reforçando nossa posição de liderança no mercado farmacêutico brasileiro", afirmou Carlos Sanchez, Presidente do Conselho de Administração da farmacêutica.
Ambos os medicamentos serão administrados por injeção subcutânea, como é o caso de outros análogos de GLP-1 disponíveis no Brasil. A principal diferença em relação a outras opções, como a semaglutida (princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy), é a frequência da aplicação. Enquanto a semaglutida geralmente exige uma aplicação semanal, o Lirux e o Olire necessitarão de injeções diárias. O Lirux terá uma dose diária de até 1,8 mg e será comercializado em embalagens com uma, duas, três, cinco e dez canetas. Já o Olire pode ter uma dose de até 3 mg por dia, com pacotes contendo uma, três ou cinco canetas. Cada caneta conterá 3 ml da solução com concentração de 6 mg/ml.
Os medicamentos serão produzidos com a tecnologia UltraPurePep, um processo que permite criar análogos de GLP-1 de nova geração, garantindo um alto grau de pureza e rendimento. A EMS visa, com isso, ampliar o acesso a tratamentos para diabetes e obesidade no Brasil, oferecendo alternativas produzidas no mercado local.
Fonte: Bahia Notícias
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