A rodovia onde ocorreu o mais grave acidente de trânsito no país também ostenta um recorde indesejável. Segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), por meio do Painel de Acidentes Rodoviários 2023, a BR-116 foi considerada a mais letal de 2023. A estrada liga o extremo sul do país, na fronteira com o Uruguai, até Fortaleza (CE).
Somente no ano passado, foram registradas 736 mortes ocasionadas por acidentes rodoviários na BR-116, o que representa um crescimento expressivo de 15,3% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizadas 640 vítimas. O avanço deste número foi maior do que o da BR-101, que ficou em segundo lugar, com variação de 9,6% e 661 mortes, e da BR-163, que aparece na sequência, com 10,4% de crescimento e 244 pessoas mortas.
Ao levar em consideração mortos e feridos em sinistros nas rodovias, a BR-116 fica na segunda posição, com 9.704 vítimas, ante 9.979 da BR-101. Apesar disso, a estrada que liga o Rio Grande do Sul ao Ceará registrou o maior aumento de vítimas em acidentes entre as dez estradas que mais registraram casos no ano passado. Nesse período, o avanço foi de 12,8% na comparação com 2022.
O acidente que ocorreu na madrugada do último sábado foi o maior dos últimos dezoito anos em todas as rodovias federais brasileiras, período em que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) começou a contabilizar as vítimas de acidentes nas rodovias sob jurisdição da União no país. O recorde anterior era de 2011, quando uma ocorrência deixou 33 mortos na cidade de Nova Itarana, na Bahia.
A gravidade da ocorrência reacende o debate sobre a duplicação do trecho da rodovia, que convive com um intenso fluxo de caminhões pesados que atravessam o país de norte a sul do país, além de milhares de carros, motos e ônibus. O transporte de granito, como no caso da carreta envolvida no sinistro de anteontem, é muito comum na região, visto que o norte de Minas é conhecido por ser um local de intensa atividade extrativa da rocha.
Correio Braziliense Foto Corpo Bombeiros de Minas Gerais
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