Infância em Risco: O Impacto Devastador das Telas

Aluno do curso de jornalismo da Uneb, Guilherme Leite escreve sobre o tema a Infância em Risco: O Impacto Devastador das Telas.Confira:

Em tempos passados, as ruas e avenidas do Brasil eram um verdadeiro palco de diversão para crianças, onde brincadeiras clássicas como futebol, pega-pega e pique-esconde reinavam, sendo possível notar a tamanha felicidade da meninada com essa simplicidade no momento de recreação. No entanto, com o avançar do tempo e das tecnologias, o lazer dessas crianças foi modificado e agora se resume a passar horas em frente a telas, como computadores, televisores e smartphones. 

Com isso, a magia de brincar perdeu seu encanto e o contato com outras crianças se tornou restrito, dando espaço para as novidades tecnológicas e consequentemente ao uso excessivo delas. Desse modo, é notório observar-se que a utilização exagerada de aparelhos tecnológicos corroborou para prejuízos e preocupações a respeito da saúde, do desempenho educacional e até mesmo do desenvolvimento social dessas crianças.

Impactos na Saúde Física e Mental-O uso excessivo dessa aparelhagem impacta negativamente na saúde física e mental desses usuários. Em relação aos aspectos físicos, o British Journal of Ophthalmology informa que, entre 1990 e 2023, houve um aumento significativo de 36% dos casos de miopia. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que até 2050, metade da população mundial será míope. Ademais, o manuseio desses aparelhos em posturas inadequadas também causa estresse à musculatura corporal, gerando problemas relacionados à coluna cervical e ao pescoço. É inegável que a extensa utilização de dispositivos eletrônicos ratificou tais situações, sendo nítidas as  consequências desse uso demasiado.  

No aspecto mental, é notório observar que o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)  é uma doença geralmente associada a essa geração, que é caracterizada por ter uma maior proximidade com as tecnologias. Tal problema é comprovado pelos estudos realizados pela American Medical Association, que concluíram que o uso excessivo de mídias digitais está associado aos sintomas do TDAH. Outro impacto causado pelas telas são os transtornos mentais, como depressão, ansiedade e transtornos obsessivos, gerados pela incessante busca de aceitação e aprovação por meio das redes sociais.

Efeitos no Rendimento Escolar-Embora a tecnologia sirva como uma ferramenta de aprendizagem e facilite o acesso ao conhecimento e à educação, oferecendo acessibilidade a pessoas com deficiência ou algum outro tipo de restrição, dados fornecidos pelo Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA) estabelecem uma correlação negativa entre o uso exacerbado das tecnologias e o desempenho acadêmico, devido à enorme capacidade de distração dos smartphones.

Além disso, a exposição prolongada às luzes das telas dos celulares durante o período noturno, prejudica significativamente a qualidade do sono. Isso afeta negativamente o descanso da mente, aumentando o estresse e o cansaço durante o dia. Portanto, surge um sinal de alerta sobre os graves malefícios desses aparelhos para os estudos e a educação infantil, essenciais para o desenvolvimento saudável da criança.

Minimizando o Tempo de Tela-É evidente que a tecnologia tem um papel importante na vida de crianças e adolescentes, oferecendo oportunidades educacionais e de lazer. No entanto, o uso excessivo e desregulado de telas trouxe consequências alarmantes para a saúde física e mental desses jovens, além de comprometer seu desempenho escolar. 

Diante desse cenário, é essencial que os pais assumam um papel ativo na orientação e controle do uso desses dispositivos, incentivando atividades físicas e brincadeiras ao ar livre. Com esse equilíbrio, as crianças podem desfrutar de uma infância mais saudável, repleta de momentos de lazer e interações que enriquecerão suas vidas e promoverão um desenvolvimento pleno. Dessa forma, a infância se torna um período verdadeiramente mágico, onde a tecnologia é uma aliada e não uma substituta das experiências essenciais.

Por: Guilherme Leite-é aluno Curso de Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia-Campus Juazeiro 

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