A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta terça feira (1°), nove mandados de busca e apreensão em em uma operação de combate a crimes eleitorais por coligação partidária.
Os mandados da "Operação Coronelismo" foram cumpridos em Ilhéus (6), Salvador (1) e Conceição do Coité (2). Eles foram expedidos pela Justiça Eleitoral de Ilhéus, após representação da PF e manifestação favorável do Ministério Público Eleitoral.
Em Ilhéus, a operação foi deflagrada na sede da prefeitura e no comitê do Partido Social Democrático (PSD).
As investigações indicam o uso ilegal da estrutura pública municipal, com emprego de servidores, veículos e combustíveis públicos, em benefício de determinada coligação partidária, que ocasionou prejuízo aos cofres públicos municipais.
Ao longo da investigação também foram identificadas supostas fraudes documentais, com superfaturamento de contratos, praticadas, segundo a PF, em tese, para ocultar o uso ilegal da estrutura pública em benefício privado.
Conforme a PF, os investigados poderão responder pelo crime de utilização de veículo público em campanha eleitoral, cuja pena é o cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, além dos crimes de peculato , falsificação de documento público e associação criminosa.
Os crimes investigados também podem configurar abuso do poder econômico e improbidade administrativa.
Por meio de notas, o candidato à prefeitura de Ilhéus, Bento Lima (PSD), através da Coligação Ilhéus da Gente, Pra Cima, Pra Frente, composta por 6 partidos e uma federação, e a Prefeitura de Ilhéus, se pronunciaram sobre a operação. [Confira posicionamentos ao final da matéria]
A coligação afirmou que todos os gastos eleitorais estão sendo devidamente registrados e comprovados junto à Justiça Eleitoral. Disse ainda que reafirma o compromisso em colaborar plenamente com todas as investigações.
A Prefeitura de Ilhéus informou que acompanha as investigações conduzidas pela Polícia Federal e se colocou à disposição para colaborar.
O candidato a prefeito de Ilhéus, Bento Lima (PSD), também foi alvo de uma operação da Polícia Federal, na última quinta-feira (26), que investiga supostos crimes de corrupção, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Nota de pronunciamento da Coligação Ilhéus da Gente, Pra Cima, Pra Frente
"A Coligação Ilhéus da Gente, Pra Cima, Pra Frente vem a público manifestar sua profunda revolta e indignação com a operação realizada no dia 01/10/2024 nas dependências do nosso comitê eleitoral.
A coligação acredita na Justiça e reafirma seu compromisso em colaborar plenamente com todas as investigações. Nossos atos de campanha são transparentes, e todos os gastos eleitorais estão sendo devidamente registrados e comprovados junto à Justiça Eleitoral, conforme determina a legislação vigente. Não temos nada a esconder.
Contudo, não podemos deixar de expressar que essa operação, realizada sem qualquer indício concreto de irregularidade, ofende gravemente a ordem democrática e a lisura do processo eleitoral.
Entendemos que a ação desta manhã, embora autorizada judicialmente, nos parece desproporcional, e a sua realização em plena reta final de campanha, pode ser novamente interpretada como uma tentativa de influenciar o pleito e prejudicar a nossa candidatura, que tem recebido crescente apoio popular.
A Coligação Ilhéus da Gente, Pra Cima, Pra Frente repudia qualquer ação que, sob o pretexto de investigação, busque intimidar ou desestabilizar o legítimo processo democrático que estamos construindo com o povo de Ilhéus.
"A Prefeitura de Ilhéus informa que está acompanhando com total atenção as investigações conduzidas pela Polícia Federal nesta terça-feira (01). Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a responsabilidade na gestão pública, colocando-nos inteiramente à disposição das autoridades para colaborar com todas as etapas do processo investigativo. Estamos prontos para fornecer todas as informações necessárias que possam contribuir para o esclarecimento completo dos fatos.
A administração municipal confia na seriedade e na lisura do trabalho realizado pela Polícia Federal, acreditando que as investigações serão conduzidas com o rigor e a imparcialidade que o caso exige. Esperamos que os fatos sejam apurados e esclarecidos o mais breve possível, dissipando qualquer dúvida ou questionamento.
A Prefeitura de Ilhéus reitera seu compromisso com a legalidade, a ética e a transparência em todas as suas ações, sempre em prol do bem-estar e do desenvolvimento da população".
O prefeito de Ilhéus (BA), Mario Alexandre (PSD) – o Marão –, foi alvo, na quinta-feira (26), de buscas em uma operação da Polícia Federal que investiga supostos crimes de corrupção, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Em nota, Marão disse que a PF não encontrou dinheiro na sede da prefeitura nem na casa dos servidores e do ex-secretário de Gestão e candidato a prefeito, Bento Lima. O candidato também reforçou que "nenhum dinheiro" foi encontrado com ele e disse que vai colaborar com as instituições na apuração das alegações.
A Justiça Federal autorizou buscas na casa e no gabinete de Mario Alexandre na prefeitura.
Também foram autorizadas buscas contra Bento Lima (PSD), candidato a prefeito apoiado por Mario Alexandre e ex-secretário de Gestão de Ilhéus, o ex-procurador-geral do município, Jefferson Domingues Santos, outras duas pessoas e duas empresas.
A operação foi batizada de Barganha. Os mandados são cumpridos em Ilhéus (11), Itabuna (1), Vitória da Conquista (1), Salvador (3) e Lauro de Freitas (1).
Durante a operação, a Polícia Federal encontrou na casa de um dos empresários investigados R$ 915.900,00 em espécie. O dinheiro estava em duas malas de viagem, escondido atrás de um sofá na sala de estar.
G1 Ba Foto reprodução
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