Enquanto o país se mobiliza para o dia 6 de outubro, quando serão renovados nas urnas os comandos dos mais de 5 mil municípios brasileiros, outra disputa política é travada em Brasília, que não tem eleição para prefeito. O horizonte, nesse caso, é fevereiro do ano que vem, quando o Congresso elegerá os comandantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
No caso da Câmara, pelo menos quatro nomes estão na disputa. Alguns atuam mais discretamente, como o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), que quase não aparece fazendo campanha, enquanto outros atuam intensamente — na frente e por trás dos holofotes — para conquistar apoios que o levem à cadeira que, hoje, é ocupada pelo deputado alagoano Arthur Lira (PP). É o caso dos líderes do Republicanos, Hugo Motta (PB); do União Brasil, Elmar Nascimento (BA); e do PSD, Antônio Brito (BA).
O cargo é o terceiro mais importante da República, em relação à linha sucessória de comando. É, também, um dos que mais poder confere ao seu titular, principalmente, depois que o Parlamento ganhou protagonismo na execução do Orçamento da União, com farta distribuição de recursos por meio de emendas de deputados e senadores.
Faltando mais de quatro meses para as eleições no Congresso, a disputa na Câmara vem sendo marcada por idas e vindas, suspeitas de traição e busca pelo apoio do Palácio do Planalto, apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter se comprometido com os caciques partidários a não se envolver na disputa nem indicar preferências.
O Correio preparou um breve perfil dos quatro postulantes à sucessão de Arthur Lira, nomes que vão ocupar o noticiário político até o início da próxima legislatura.
Baiano de Campo Formoso, o deputado federal pelo União Brasil (UB) Elmar Nascimento, de 54 anos, está prestes a completar três décadas de vida pública. Bacharel em direito, ocupou o primeiro cargo eletivo em 1996, quando elegeu-se vereador em sua cidade natal. Foi reeleito uma vez e, na sequência, em 2002, chegou à Assembleia Legislativa da Bahia, onde ficou por três legislaturas. Em 2014, disputou — e conquistou — uma cadeira na Câmara dos Deputados. De lá para cá, foi reeleito duas vezes.
Egresso do Democratas — que fundiu-se ao PSL para fundar o União Brasil —, Elmar era a aposta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para sucedê-lo, em fevereiro do ano que vem. Nesta semana, viu o apoio do cacique ser transferido para o líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), em um movimento que foi interpretado por parte da bancada do União Brasil como uma “traição” de Lira. Mesmo assim, Elmar decidiu manter a candidatura e vai, até o fim do ano, medir suas chances com as do deputado Antônio Brito, também baiano, do PSD. Os dois acordaram que, quem chegar ao fim do ano com mais musculatura seguiria na corrida pela Presidência da Câmara com o apoio do outro.
Elmar Nascimento costuma dizer que “caminha com as próprias pernas” e que não faz parte do núcleo político que orbita em torno do ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do partido ACM Neto. O que os separa é o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto o deputado busca angariar a simpatia do Palácio do Planalto a sua candidatura, ACM Neto trava com o partido do presidente uma disputa política feroz na Bahia, estado comandado pelo PT há 18 anos.
Bem articulado, Elmar também usou o carnaval soteropolitano como evento de pré-campanha. Convidou cerca de 80 políticos — Lira entre eles — para acompanhar a folia nos mais badalados e concorridos camarotes da cidade. A caravana momesca ficou conhecida como “Elmar Folia”.
redegn com informações Correio Brasiliense Foto Camara Deputados
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