Filho e neto de Mãe Bernadete seguem sob proteção do estado, um ano após crime; suspeitos vão a júri popular

Um ano após a morte da líder quilombola e ialorixá Maria Bernadete Pacífico Moreira, a Mãe Bernadete, pelo menos dois familiares dela seguem sob proteção do estado.

É o caso do filho da vítima, Jurandir Pacífico, e do neto Wellington Gabriel dos Santos, uma das testemunhas do crime.

A ialorixá foi executada a tiros em 17 de agosto de 2023, dentro da própria casa, no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. O caso teve repercussão internacional e foi contado no programa Linha Direta, apresentado pelo jornalista Pedro Bial, no dia 23 de maio deste ano.

Ao g1, o advogado Hedio Silva Júnior, que representa a família, defendeu a continuidade do serviço. "Esperamos que o governo do estado não tenha dúvida da relevância e da necessidade absoluta de permanência desse aparato".

O neto de Mãe Bernadete, Wellington, estava na casa invadida pelos suspeitos e foi isolado em uma dos quartos enquanto executavam a avó dele com mais de 20 disparos.

Jurandir assumiu o posto de liderança da comunidade com as mortes da mãe e do irmão, Flávio Gabriel Pacifico dos Santos morto a tiros em 2017.

"É uma tensão permanente, porque o Jurandir é uma liderança. Ele viaja muito e nós queremos crer que o governo vai continuar aportando essa segurança mínima", acrescentou o advogado.

Conhecido como “Binho do Quilombo”, Flávio Gabriel era filho de Mãe Bernadete. Ela cobrava que os responsáveis pelo assassinato do filho fossem presos e morreu sem ver a justiça ser feita.