A oposição entre o PL de Jair Bolsonaro e o PT de Lula no nível nacional vai se repetir na maioria das disputas pelas prefeituras das capitais na eleição de 2024.
As duas legendas, donas das maiores fatias do Fundo Eleitoral de 2024 (R$ 887 milhões para o PL e R$ 620 milhões para o PT), vão ser adversárias em 25 das 26 capitais. Os dois partidos serão aliados em apenas uma – São Luís.
Veja como PT e PL se posicionaram nas capitais
Os dados constam das atas das convenções partidárias, eventos que tinham de ser realizados até 5 de agosto, pelos partidos para definir como vão se posicionar nas disputas de cada cidade do país.
Nesses documentos, as legendas informam se vão lançar candidatos, não vão, ou se vão integrar coligações.
Segundo esses documentos:
O PL vai lançar candidaturas próprias em 14 capitais;
Em outras 12, o PL vai apoiar candidatos de outros partidos (MDB, PSD, União Brasil, PRD ou PSB);
O PT, por sua vez, terá candidaturas próprias em 13 capitais;
E, em outras 13, o PT vai apoiar candidaturas de outros partidos (PSOL, PV, PSB, MDB, PSDB, PDT ou PSD).
Em 2020, PL e PT não conseguiram eleger prefeitos em nenhuma das capitais. Naquele ano, o partido - que ainda não tinha o então presidente Bolsonaro como integrante - venceu as disputas em 345 cidades, 16% a mais que em 2016. Já o PT elegeu 183 prefeitos, uma queda de 28%.
Em São Luís, candidato conta com apoio de PL e PT
Em São Luís, PL e PT integram a coligação – ambos estão apoiando Duarte Jr., do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin e que comanda o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
"As alianças estão confirmadíssimas. Está tudo certo, tivemos a convenção, foi muito bonita. Colocamos na mesma foto tanto o presidente do PT [local] quanto o presidente do PL [local], unidos na nossa frente ampla em prol da cidade", disse Duarte Jr., que disputa o cargo pela 2ª vez, ao g1.
O candidato afirma que espera receber apoio explícito de Lula (PT), por meio de vídeos de campanha e da participação do presidente em um comício em setembro, e rejeita o de Bolsonaro.
"Não representa aquilo que a gente quer para a cidade", diz.
Na capital do Maranhão, Bolsonaro deve apoiar Yglésio Moyses, PRTB, partido que está aliado ao PL também em Porto Velho e Salvador.
"Da minha parte, há um grande interesse em ele estar do nosso lado e nós do lado dele aí em São Luís", disse Bolsonaro, num vídeo ao lado de Yglésio divulgado há duas semanas pelo candidato.
Francimar Melo, presidente estadual do PT no Maranhão, afirmou que as normas do partido não vedam a união com nenhuma legenda, e que a coligação com o PL e mais 10 partidos (PSB, União, Avante, Podemos, PP, PRD e as federações PT-PV-PCdoB e PSDB-Cidadania) foi criada para derrotar um adversário comum.
"Como a gente tem uma relação muito boa com a direção do partido [PL] aqui do estado, diferente de outros estados, vemos que há uma possibilidade real de unificar em torno de tirar São Luís dessa má gestão (e se alinhar) em torno do projeto do PSB" disse.
O PL do Maranhão e o Diretório Nacional do partido foram procurados, mas não se manifestaram até a publicação desta reportagem.
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