Universidades federais preveem dificuldade para pagar contas e manter auxílio a alunos

Após o governo Lula (PT) bloquear R$ 1,28 bilhão do MEC (Ministério da Educação) para cumprir metas fiscais, universidades federais começam a calcular o impacto em suas finanças.

Reitorias já preveem dificuldades para pagar despesas básicas e manter programas de assistência estudantil. Questionada sobre a situação, a pasta de Camilo Santana diz apenas atender à programação orçamentária do governo. As informações são do Bahia Noticias/Folha Press.

Nenhum real foi retirado das unidades, mas houve diminuição do limite de gastos por meio do congelamento de repasses.

--------- MATÉRIA CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE ---------
https://cafepingafogo.com.br/2022/


Os bloqueios foram majoritariamente de emendas parlamentares destinadas às universidades e não empenhadas até 23 de julho. A gestão petista, porém, fez mais. Na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), R$ 29 milhões foram retidos pelo Tesouro até esta quinta-feira (8).

O governo federal prometeu duas janelas para liberação das cifras travadas, de 1º de outubro a 30 de novembro e 1º a 30 de dezembro.

Se houver o retorno do limite de empenho, o orçamento da UFSC para este ano não deve ser afetado. "No entanto, isso dificulta o planejamento e a execução financeira", afirma a instituição, que já previa déficit em 2024 antes da retenção, a exemplo os dois últimos anos.

A situação da Ufcat (Universidade Federal de Catalão), em Goiás, é ainda mais delicada. Conforme o seu orçamento previsto, já eram esperadas dificuldades operacionais a partir de setembro.

O contingenciamento deve adiantar o "ponto crítico" para agosto, diz a instituição. "Essa manobra inviabiliza o pagamento de despesas de toda ordem, inclusive assistência estudantil", segue. Foram retidos mais de R$ 3 milhões da universidade, correspondentes a 18% de seu orçamento anual.

José Daniel Diniz, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), diz ver com preocupação o fato de o bloqueio do governo recair especialmente na área da educação, mas diz estar em diálogo com os ministros de Lula por algum ressarcimento. "A nossa expectativa é de que o orçamento de 2025 tenha um crescimento real sobre os recursos deste ano."

Bahia Noticias/FolhaPress