Depois das duas experiências exitosas aplicadas nos estados de Pernambuco e Bahia com a instalação de kits solares em residências de famílias com crianças diagnosticadas com o espectro do autismo, agora o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco vai, novamente, realizar a ação no município de Glória, interior da Bahia, na região do Submédio São Francisco.
Durante a reunião da Diretoria Colegiada do CBHSF realizada em Belo Horizonte no início desta semana, o contrato, que prevê 84 sistemas ao todo, sendo 10 sistemas para poços de abastecimento, além do cercamento dessas áreas, foi assinado pelo CBHSF, Agência Peixe Vivo e a empresa Solarterra Engenharia.
O projeto faz parte do Edital de Chamamento Público nº 01/2018, com o objetivo de receber demandas espontâneas para a seleção de propostas de projetos relativos ao Eixo V – Biodiversidade e Requalificação Ambiental concernente ao Plano de Recursos Hídricos da Bacia (PRH-SF).
A autorização de publicação do Edital de Chamamento ocorreu por meio da Resolução DIREC/CBHSF nº 61, de 06 de fevereiro de 2018. Dentre as demandas apresentadas para a região fisiográfica do Submédio São Francisco foram avaliadas e selecionadas seis demandas por meio da Resolução DIREC/CBHSF nº 66/2018. No entanto, devido à inviabilidade de atendimento da demanda selecionada no município de Lagoa Grande/PE, em seu lugar foi selecionada a proposta posterior classificada na lista de demandas aprovada pela CCR Submédio apresentada pela Prefeitura Municipal de Glória/BA.
No município, considerando o público alvo, serão instalados sistemas de geração de energia solar fotovoltaica conectado à rede elétrica – on grid – e com sistema de baterias – off grid, para fins de fornecimento de energia para bombeamento de poços tubulares e geração de energia em residências de famílias em vulnerabilidade social. Do ponto de vista ambiental, a geração de energia elétrica por meio de fontes limpas e renováveis com sistemas de pequeno porte e próximos da carga a ser suprida, contribui para a redução do impacto local sobre o meio ambiente. O uso de fontes alternativas de produção de energia é incentivado e respaldado pelo Plano de Recursos Hídricos do São Francisco (PRH SF 2016-2025) considerando suas múltiplas possibilidades, evitando, inclusive, a queima de madeira nativa da Caatinga, prática ainda comum, com forte impacto para degradação do solo e desertificação na bacia hidrográfica.
“Este projeto tem o aspecto ambiental e também social. Do ponto de vista social porque vai atender famílias de baixa renda com crianças com autismo, principalmente as crianças da zona rural e com isso, além de trazer uma qualidade de vida para as famílias que muitas vezes não têm acesso à energia e aos benefícios oferecidos por ela ou mesmo não em condições de pagar a conta de energia. Então, a geração solar é uma alternativa que também do ponto de vista ambiental evita o desmatamento da Caatinga. Ou seja, trata-se de um projeto que traz ganhos ambientais e hídricos, principalmente por auxiliar na proteção da Caatinga que tem sido fortemente impactada pela desertificação nas regiões dos municípios no entorno como Rodelas, Abaré e Chorrochó. O Comitê está propondo através da energia solar uma alternativa renovável como fonte de solução para impactar menos a bacia do São Francisco e seus afluentes”, afirmou o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar.
O trabalho deve ser iniciado após a assinatura da ordem de serviço prevista para as próximas semanas com posterior visita técnica. O prazo de execução dos serviços será de nove meses com investimento exclusivamente do CBHSF através da arrecadação pelo uso dos recursos hídricos na bacia do São Francisco serão aplicados R$ 1.651.093,69.
Assessoria de Comunicação do CBHSF/Juciana Cavalcante
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