Bernadete Pacífico, de 72 anos, liderança quilombola baiana e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), foi assassinada a tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, na noite desta quinta-feira (17).
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, dois homens, usando capacetes, entraram no imóvel onde estava Bernadete na cidade de Simões Filho, e efetuaram disparos com arma de fogo.
Segundo o filho de Bernadete, Wellington dos Santos, em entrevista à TV Bahia, na manhã desta sexta-feira (18), a mãe foi assassinada com tiros no rosto.
"Minha família está sendo perseguida, meu irmão foi morto da mesma forma. Não vamos parar, quilombo sempre será resistência", disse o filho da líder assassinada.
A SSP disse ainda que as polícias Militar, Civil e Técnica, após tomarem conhecimento do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime. A secretaria ainda repudiou o crime.
O quilombo Pitanga dos Palmares, que era liderado por Bernadete, também é responsável por uma associação onde mais de 120 agricultores produzem e vendem farinha para vatapá, além de frutas e verduras como abacaxi, banana da terra, inhame e maracujá. Cerca de 290 famílias vivem no local de 854 hectares. O quilombo foi certificado em 2004, mas ainda não teve o processo de titulação concluído.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), disse que recebeu "com pesar e indignação" a notícia da morte de Mãe Bernadete, a quem chamou de "amiga e grande liderança quilombola da Bahia". Ele ainda afirmou que determinou o deslocamento imediato das forças de segurança para o local e que elas sejam firmes na investigação.
Mãe Bernadete, como era conhecida, é ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da cidade de Simões Filho, durante a gestão do prefeito Eduardo Alencar (PSD), entre 2009 e 2016, e líder da comunidade quilombola do mesmo município.
G1 Ba Foto reprodução
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