Como o município baiano de Casa Nova se tornou o maior produtor de ovelhas e cabras. Não há uma resposta certa, mas uma das explicações pode ser a grande extensão territorial do local, somada à vocação da região para esse tipo de animal. Para manter esse título, é preciso melhorar o rebanho, manejar lavouras e evoluir nas formas de comercializa.
Encravado no semiárido baiano, o município de Casa Nova, distante cerca de 600 quilômetros da capital Salvador, reúne números exuberantes quando se trata de dois assuntos ligados à atividade rural: a fruticultura e a criação de caprinos e ovinos. Com pouco mais de 70 mil habitantes, Casa Nova possui um rebanho que supera 1 milhão de cabeças de bode, cabra e carneiro.
Detentor do maior rebanho de caprinos e ovinos do Brasil, Casa Nova se destaca com aproximadamente 585 mil cabeças de caprinos, segundo dados da Pesquisa Produção Pecuária Municipal, realizada pelo IBGE divulgados, em 2021. Já o setor produtivo de ovinos apresenta números de produção relevantes, ultrapassando as 511 mil cabeças.
Apontada há décadas como grande entrave para o fortalecimento da caprinovinocultura, a informalidade vem sendo diminuída na região através de iniciativas de apoio técnico e do cooperativismo.
Entre as iniciativas de apoio à cadeia tocadas pelo Governo do Estado está o programa Pró-Semiárido para a construção de um frigorífico próprio para abate de bodes e carneiro, o que trará economia aos produtores, já que, hoje, o abate inspecionado só é feito a mais de 150 quilômetros de Casa Nova. Também já é feito trabalho de orientação técnica e supervisão do manejo desses animais, garantindo a qualidade do produto e melhorando o preço da carne oferecida ao mercado.
Ano passado a REDEGN destacou a produção de queijo de cabra na CASA DE NIA: No interior de Casa Nova-BA, no Sítio Terra Seca, a empreendedora e agricultora Regiane Reis (37), se lançou no ramo do empreendedorismo solidário, investindo em produtos derivados do leite de cabra. A ideia surgiu devido ao aumento do desemprego na região. A atividade que iniciou há 12 anos, com o propósito de complementar a renda, hoje é considerado o principal meio de sustento da família.
O empreendimento solidário atualmente é formado por quatro integrantes. No início das atividades, a empreendedora realizava o manejo dos animais com os filhos. O esposo de Regiane, Aldeir José da Silva (38), trabalhava de carteira assinada na cidade de Casa Nova. Com o aumento das demandas de produção e venda dos queijos, Aldeir deixou o trabalho fixo para assumir o empreendimento junto com a família.
"Para a produção dos queijos recebemos cursos e capacitações realizadas pela Embrapa Semiárido. Eu fazia sozinha o manejo dos animais e meu esposo dava suporte quando precisava. Vendo que estava dando tudo certo na produção, pedi para que ele largasse o trabalho externo e investisse tempo e dinheiro na propriedade. Hoje, a nossa renda principal é o queijo", pontuou Regiane.
A Casa de Queijo da Nia, como é conhecida o laticínio, também tem buscado implementar um roteiro de Turismo de Base Comunitária no Sítio em que reside, considerado um quintal produtivo, que pode ser definido como um espaço pensado ao redor da casa, com forte potencial produtivo e econômico. O roteiro de visita da Casa da Nia é marcado pela degustação e comercialização do queijo tradicional de leite de cabra, o queijo de carne seca de bode, o maturado no vinho, além do doce de leite de cabra.
Além da Casa do Queijo, o grupo também trabalha com o galinheiro, com a comercialização dos ovos caipira e da carne, a pocilga com a venda dos leitões, e o chiqueiro. "Aqui no sítio tem o galinheiro, tem a pocilga, onde meus filhos fazem esse manejo junto com o meu esposo. Tem a venda do esterco, dos leitões e dos queijos", finalizou Regiane.
Redação redegn Foto reprodução TV Globo
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