O trabalho realizado por pesquisadores de todo o Brasil no Baixo São Francisco, além de inspirar ações de desenvolvimento e políticas públicas, também se transformou em roteiro de cinema. A estreia do documentário da 6ª Expedição Científica aconteceu no Centro Cultural Arte Pajuçara.
A utilização do audiovisual como recurso de divulgação científica não é novidade para o programa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mas o produto resultante da 6ª edição traz alguns diferenciais: produzido pela Mila Filmes, o documentário foi subdividido em sete curtas-metragem, que trazem as macroáreas da Expedição. São elas: Peixes e aquicultura; Poluição; Qualidade de água; Ecologia e manguezais; Saúde; Educação ambiental; e Patrimônio e sociedade.
Além da exibição no Cine Arte Pajuçara, os curtas-metragens também estarão disponíveis no canal da Ufal no YouTube, onde poderão ser acessados com legendas em português, inglês e espanhol, de acordo com a preferência do usuário. As versões foram feitas por professores da Faculdade de Letras (Fale) da Ufal.
“O trabalho que temos realizado ao longo desses seis anos tem servido de exemplo para várias regiões do Brasil e também para outros países, então a tradução do que desenvolvemos tem sido essencial para alcançar mais pessoas e instituições, para mostrar ao mundo a qualidade da ciência brasileira”, explica Emerson Soares, coordenador das Expedições junto aos professores José Vieira e Themis Silva, todos docentes da Ufal.
“Foi um trabalho em equipe extremamente gratificante, com ênfase sempre na ciência, educação e saúde. Criamos produtos que pudessem ser apresentados de forma independente, de acordo com a necessidade do público, sem perder o contexto geral da Expedição. Dessa forma, a divulgação científica pôde ser realizada de maneira mais eficiente”, explica Iara Melo, produtora-executiva da Mila Filmes, empresa responsável pela produção do documentário.
E é justamente pela divulgação científica que o audiovisual se torna essencial em um trabalho tão grandioso e que envolve tantas instituições parceiras. “Esse documentário mostra o quanto o trabalho de seis anos tem mudado e impulsionado, de alguma forma, as atividades de educação ambiental, de cuidado com a saúde do ribeirinho, de informações sobre pesquisas atuais da qualidade da água, das condições da pesca na região etc”, destaca Soares.
Em cada curta-metragem, os pesquisadores falam sobre suas áreas de atuação e as constatações feitas no Baixo São Francisco. Os depoimentos trazem informações importantes e atestam a transformação profissional e pessoal de cada participante. “É uma nova forma de fazer ciência, em que a universidade sai do casulo e vai a campo, vai para a sua comunidade. Nós notamos que, nessas expedições, há uma mudança de comportamento no jeito de fazer ciência, na própria equipe de pesquisadores das universidades. E o resultado tem sido fantástico, otimizando muito o atendimento da nossa população e permitindo que tenhamos resultados extremamente relevantes, passíveis de publicação nos mais elevados veículos científicos”, ressalta Josealdo Tonholo, reitor da Ufal.
Sobre a Expedição-A 6ª Expedição ocorreu de 21 a 30 de novembro de 2023 e reuniu mais de 100 pesquisadores e parceiros, com o objetivo de estudar, comparar resultados e compreender os impactos socioeconômicos e ambientais do Baixo São Francisco. Ao todo, são mais 35 áreas de pesquisas e ações, caracterizando-se como a maior coleta de dados científicos já realizada sobre esse território. As Expedições são uma realização da Ufal e têm como principais investidores o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).
AL 1 Foto reprodução redes sociais
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