O acesso à água limpa e segura é um direito de todos e todas, porém, muitas famílias do semiárido brasileiro enfrentam diariamente os desafios associados à escassez de recursos hídricos.
Visando a construção prática de um projeto político de convivência com o semiárido, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) criou, em 2007, o Programa Uma Terra e Duas Águas, o P1+2, que tem como objetivo promover a soberania e a segurança alimentar e nutricional de famílias agricultoras por meio da implantação de cisternas que captam e armazenam a água da chuva para que seja utilizada na produção de alimentos e criação de animais.
O Programa, que durante os dois últimos governos (Temer e Bolsonaro) foi descontinuado por conta da falta de investimentos, está sendo retomado e conta com a parceria de diversas instituições como a Associação Comunitária Mantenedora da Escola Família Agrícola de Sobradinho (AMEFAS) que, com os incentivos do programa, irá construir 138 cisternas de produção (2ª água) de 52 mil litros distribuídas nos municípios de Sobradinho, Casa Nova e Sento Sé. Essa é a terceira vez que a Associação participa do programa, a primeira vez foi em 2013, quando atuou em Casa Nova, Sento Sé e Jaguarari, e a segunda foi em 2016 em Gavião, Serrolândia e São Domingos.
Para dar início ao processo de seleção das comunidades rurais de cada município que poderão ser beneficiadas com a construção das tecnologias, a AMEFAS realizou no dia 16 de fevereiro, na Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS), uma capacitação das comissões municipais, compostas por entidades e organizações dos 3 municípios, onde houve trocas de experiências e expectativas.
"A reunião foi muito produtiva, discutimos a importância das parcerias no P1+2 que já é conhecido por nós, pois já foi implementado em outros convênios. Nossa expectativa é de que ele traga resultados positivos para as famílias que já anseiam por essa tecnologia que irá melhorar o seu dia a dia com a criação de pequenos animais, como também na produção de hortaliças nos seus quintais, garantindo assim a dignidade, a soberania alimentar e a permanência da mulher e homem no seu território", disse a integrante da União das Associações de Fundo de Pasto de Casa Nova (UNASFP), Maria Gorete Oliveira.
Para o coordenador do projeto na AMEFAS, Cainã Ferraz, "essa capacitação foi um momento de celebração e retomada do Programa Cisternas e do P1+2 com as entidades e comunidades celebrando o retorno dessas políticas públicas. A AMEFAS está comprometida em contribuir, junto à ASA e às comunidades dos três municípios, com a segurança hídrica e alimentar do povo do semiárido".
O próximo passo nesta etapa de seleção é realizar visitas às localidades sugeridas para identificar as famílias com potencial para receber as cisternas, atendendo aos critérios do edital do P1+2. Além disso, serão realizados treinamentos e capacitações junto às comunidades locais sobre o manejo sustentável dos recursos hídricos e as práticas de conservação ambiental.
Ascom Asa Foto dIVULGAÇÃO
0 comentários