Antes mesmo de o verão deste ano ser iniciado, em 22 de dezembro, uma forte onda de calor já está sendo percebida no dia a dia da população do Brasil. Em Pernambuco, não é diferente.
De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a maior temperatura registrada no estado, desde o início do período mais quente, foi em Caruaru, no Agreste, onde os termômetros chegaram a atingir 39,5° C, no último dia cinco.
Quatro dias depois, Brejão apareceu com a menor temperatura, apresentando 15,7º C.
Meteorologista da Apac, Fabiano Prestrêlo explica as razões para essa mudança nos efeitos climáticos em Pernambuco, já percebidas há aproximadamente um mês. “Essa onda de calor se deve a atuação de um sistema meteorológico conhecido como anticiclone, fenômeno que funciona como cúpula na média atmosfera e impede a formação de nuvens de chuva, permitindo que o sol aqueça cada vez mais a superfície e dificultando a dissipação do calor. Observamos que uma situação semelhante teve início quatro semanas atrás”, inicia.
Na manhã da última terça-feira (14), Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, registrou sensação térmica de 58,5º C. De acordo com o Centro de Operações Rio, a maior temperatura alcançada pelo termômetro por lá foi de 35,5º C.
Por conta da localização no mapa do Brasil, é difícil que uma sensação térmica tão elevada assim seja sentida pela população distribuída nos nove estados do Nordeste. “Isso é pouco provável. As condições climáticas do Nordeste são bem diferentes das encontradas no Centro-Oeste e Sudeste. Aqui temos ventos alísios, que sopram do oceano, trazendo umidade e arrefecendo as temperaturas”, afirma.
Apesar disso, o dia a dia vem sendo marcado por uma maior quantidade de calor. E o meteorologista explica porquê.
“Estamos registrando temperaturas máximas cerca de três graus acima da média. A primavera e o verão são estações mais quentes do ano devido a ausência de chuvas, intensificadas agora pela atuação do El Niño, fenômeno representado pelo aquecimento da temperatura da superfície do Oceano Pacífico”, pontua.
Soluções em ideias e práticas podem ser adotadas por toda parte do mundo para que os efeitos climáticos acabem reduzidos. A nível local, são três as opções de mudanças.
“Entende-se que a diminuição do desmatamento e da emissão de gás carbônico, bem como de outros gases de efeito estufa, podem desacelerar o aumento da temperatura média global. Localmente, a construção de parques arborizados nas cidades, a utilização de energias renováveis e a diminuição da frota veicular podem amenizar essa situação”, lista.
O que trazem os estudos-A pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pesquisou o comportamento das ondas de calor no Brasil nos últimos 30 anos, com a contagem sendo encerrada em 2020. O resultado foi divulgado na última segunda-feira (13), apontando um aumento de sete para 52 dias.
Folha Pe Foto Ilustrativa INPE
1 comentário
20 de Nov / 2023 às 17h18
A PESQUISA REALIZA PELO(A) APAC ESTARIA NA MINHA OPINIÃO, UM TANTO EQUIVOCADA... OU SEJA, NÓS AQUI, POBRES RIBEIRINHOS NOS DEPARAMOS COM DIAS EM QUE A TEMPERATURA COLOU NOS 4O GRAUS... BASTAVA QUE OLHASSEM OS TERMOMETROS INSTALADOS EM ALGUMAS ÁREAS DAS NOSSAS DUAS CIDADES: TANTO PETROLINA-PE COMO JUAZEIRO-BA...