Abordagem glocal estimula o cuidado com a saúde mental a partir das práticas educativas

Professora Bárbara Cabral destacou o papel da universidade 
Foto: Nara Gabriella

A abordagem glocal busca estimular a relação interdependente entre os contextos global e local, nos quais as ações locais empreendidas de cuidado com a saúde mental provocam mudanças globais que interferem localmente, especificamente nos contextos educacionais.

A temática foi discutida na mesa-redonda “A educação cura, a saúde ensina”, no XII Workshop Nacional e III Internacional de Educação para Convivência com o Semiárido Brasileiro (WecSab), que teve início na quarta-feira (18), na Universidade do Estado da Bahia, campus Juazeiro.

A mesa teve a participação de pesquisadores internacionais que realizam trabalhos comunitários com estudantes e comunidades. 

A professora Claudia Marino, da Universitàdi Padova (Unipd) - Itália, esclareceu sobre a relevância da mentoria e habilidades relacionais com servicelearning – metodologia ativa de ensino e aprendizagem por meio do serviço comunitário. “Trata-se de uma relação um a um, como uma forma de suporte e com crescimento recíproco, sendo uma experiência de vida ao aumentar o senso de responsabilidade cívica dos estudantes”, esclareceu.

Diretor da Pastoral Universitária UCSH-SEDE ScholasOccurrentes, sediada no Chile, Gustavo Albornoz Hormazábal relatou a experiência da educação em saúde mental no contexto universitário desde o serviço comunitário e profissionalizante. Gustavo Albornoz considera que a proposta é gerar processos de educação buscando prevenir a saúde mental com o propósito de criar a consciência que é preciso ter tempo para o diálogo, analisar as ações e enxergar de outra perspectiva. O diretor explicou que o trabalho é feito por estudantes de psicologia, acompanhados por uma profissional, em escolas associadas à pastoral. “A educação em saúde mental implica em proporcionar informação, habilidades e conhecimentos sobre a causa, além de prevenir transtornos mentais”, explicou.

Renata Elías Loyola apresentou a experiência como coordenadora de Programas de Saúde Mental na Universidade de Seattle, no departamento Wellnessand Health Promotion, que promovia programas, oficinas e conferências visando auxiliar a comunidade universitária no cuidado com a saúde e bem-estar. As atividades eram divididas em três áreas: Educação Sexual e Relações Saudáveis; Educação em Álcool e outras drogas; e Educação em Saúde Mental. A atuação de Renata Loyola era centrada em Saúde Mental e foram apresentadas as estratégias de atenção personalizada, apoio de pares e Educação para a prevenção.

O professor Emerson Elias Merhy, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou a inserção do Sistema Único de Saúde como processo educativo. “A saúde só se realiza na medida que é um território de uma educação permanente”, afirmou. Ele ressaltou ainda que a educação cura quando está aberta à produção da vida e estando sempre em exercício.

Para a professora da Univasf, Bárbara Eleonora Bezerra Cabral, o título que leva a temática da mesa, “A educação cura, a saúde ensina”, é um trocadilho em que se tira as pessoas do lugar comum. Para ela, o cotidiano é a escola porque traz a provocação do pensamento. A professora destacou que, para pautar e realizar um bom trabalho em saúde mental, é necessário política pública efetiva. "a Universidade é política pública de saúde mental", ressaltou.

Acompanhe as atividades do WECSAB no canal do Youtube do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos  (PPGESA)/ UNEB. A mesa-redonda "A educação cura, a saúde ensina" pode ser acessada aqui.

Ascom