O trabalho da perícia criminal e detalhes da rotina na averiguação de crimes foi tema na TV Brasília, neste final de semana. Às jornalistas Ana Maria Campos e Mariana Niederauer, a perita criminal e diretora da Divisão de Perícias Externas do Instituto de Criminalística, Beatriz Figueiredo, falou sobre o lançamento de seu livro, que vai expor todo o processo do trabalho da perícia na atuação de crimes como o feminicídio.
Atuando na perícia criminal há dez anos, Beatriz explica que, depois da promulgação da lei do feminicídio, em 2015, as autoridades perceberam que era preciso investigar os locais desses crimes de uma forma diferente dos demais. “A gente brinca no meio da perícia que o corpo fala, e no caso do feminicídio ele grita”, expõe. A perita criminal comentou sobre o feminicídio ser um crime, em que há muito ódio por parte dos agressores. “Uma das características que inclusive faz com que possamos definir que determinado crime foi feminicídio é o ódio. Ele (ódio) aparece de diversas formas, uma é o que a gente chama 'overkill', que é o excesso de agressividade por parte do agressor para matar essa mulher”, pontua.
Beatriz Figueiredo lembra que o trabalho da perícia criminal é essencial para definir a dinâmica do crime, por exemplo quando há o uso do fogo e não se sabe se a vítima foi queimada viva ou não “Quando esse corpo vai lá pro Instituto Médico Legal (IML), os peritos médicos legistas vão examinar, e encontram fuligem na traqueia, significa que essa mulher respirou fumaça. Então ela estava viva quando foi queimada”, conta.
A Diretora da Divisão de Perícias Externas do Instituto de Criminalística lembrou dos desafios de ocupar um cargo de relevância na policia. “Eu acho que passa muito também pelo lugar que a gente é acostumada a estar. É um trabalho que a polícia tenta fazer, pois temos delegadas, corregedoras, que são mulheres muito competentes. Tentamos estimular que outras mulheres também assumam esses cargos de chefia e de liderança”, conta.
Correio Braziliense Foto Agencia Brasil
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