Resultados de famílias agricultoras evidenciam a importância da Assessoria Técnica para a melhoria da produção através de práticas agroecológicas

Representantes dos/as agricultores/as de comunidades de Remanso/BA e equipe técnica do Projeto Ater Agroecologia se encontraram no Seminário de Monitoramento e Avaliação Intermediária. O evento, que começou na terça-feira e terminou dia (19), em Remanso, proporcionou espaços para a apresentação da linha do tempo do Ater Agroecologia, discussões sobre as ações desenvolvidas e de proposição dos próximos passos, visando contribuir com a Política Estadual de Assistência Técnica na Bahia.

"Este momento nos permite, a partir das apresentações da equipe, avaliar as ações, os avanços, os desafios e junto com as famílias assessoradas que também participaram da atividade, alinhar as ações futuras de forma mais realista", pontua o colaborador do Irpaa, André Luiz Pereira.

A colaboradora do Irpaa, Maria de Fátima Ribeiro, também ressalta a importância da devolutiva dos/as assessorados/as sobre as ações realizadas. "Ter a presença de agricultores e agricultoras nesse espaço é essencial, porque eles conseguem interagir, comprovando os resultados e as ações de Ater nessas comunidades".

O agricultor e presidente da Associação dos Agricultores da Comunidade de Tamboril, Manoel Barbosa Lima, participou do Seminário. Ele destaca que a assessoria técnica proporcionou muitos benefícios para sua família e comunidade, inclusive abrindo portas para o acesso a outras políticas públicas. "Melhorou não só a minha vida, mas da comunidade em geral (...) que agora consegue adquirir hortaliças dentro da própria comunidade. Além do consumo interno, essas famílias conseguem comercializar esses produtos na feira agroecológica na cidade, na comunidade, em outras localidades vizinhas. Também estão fornecendo para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do município, e agora estamos acessando também o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)".

Da mesma forma, a agricultora familiar Nilcélia Santos, conhecida como Bibi, da comunidade Lagoa dos Cavalos, em Remanso, conta que, após a assessoria recebida, passou a adotar práticas agroecológicas no cultivo de hortaliças. Agora, Dona Bibi utiliza esterco para adubação, realiza podagem, utiliza inseticidas naturais e, como resultado, consegue aumentar a produção e melhorar a qualidade do cultivo.

Em relação à criação de animais, a agricultura relata que "As práticas com caprinos, como tratamento para verminose, usando caatingueira e pau de rato, e também o sal mineral que a gente usa vários paus da Caatinga mesmo (...) Assim tivemos uma queda de perda muito grande e podemos abater mais para o mercado com o desenvolvimento da cria, principalmente, das ovelhas e cabras que engordaram com mais facilidade e deixaram de adoecer".

A partir das discussões e do que foi apresentado, o coordenador institucional do Irpaa, Clérison Belém, que também participou do evento, reforça a necessidade desse espaço de avaliação e escuta, porque é "[...] importante para a gente refletir sobre a política de Ater (...) e o que foi executado ao longo da trajetória do Projeto, quais são os principais resultados, desafios, de que forma a gente vai sistematizar essas informações, refletir sobre nossa ação enquanto agente de assessoria técnica, o papel da instituição nesse processo".

O Ater Agroecologia executado pelo Irpaa acompanha 540 famílias agricultoras nos municípios: Casa Nova, Curaçá, Uauá, Juazeiro, Remanso e Pilão Arcado. O Projeto é financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater)

 

Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa