Estudo obtido com exclusividade pelo O Globo aponta que a educação pós-pandemia a ser encarada a partir de 2023 é mais desigual, tem menores índices de aprendizagem e mais crianças e adolescentes fora da escola.
O trabalho “Impactos da pandemia na educação brasileira” foi encomendado a dois pesquisadores da UFRJ pela associação D3e e pela Fundação Lemann.
Entre as principais descobertas, estão o fato de que a perda de aprendizagem foi de 4 a 10 meses, dependendo da etapa escolar; de que crianças de nível socioeconômico baixo aprenderam apenas a metade de seus pares em melhor condição; e de que a taxa de matrícula caiu abaixo de 2017 entre crianças de zero e 14 anos. São pelo menos cinco antes do retrocesso na evasão escolar.
Na faixa entre 4 e 5 anos, a proporção de alunos matriculados caiu de 86,9% em 2019 para 82,2% em 2021. Em 2017, era de 85,9%. Esta é uma etapa de ensino obrigatória, em que os alunos já começam a se preparar para a alfabetização no começo do ensino fundamental.
— A meu ver, todos os dados que temos hoje de abandono escolar estão subdimensionados. Em 2023, teremos um cenário mais claro de quantas crianças estão fora da escola, com o Censo Escolar e o Censo do IBGE — afirma a coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Oportunidades Educacionais da UFRJ, Mariane Koslinski, que assina o estudo com o pesquisador Tiago Bartholo.
Ainda segundo o estudo, o Ministério da Educação precisa “assumir um papel de protagonismo na elaboração e na implementação de um plano nacional de recuperação, com aportes adicionais de recursos para guiar e apoiar as ações de gestores públicos estaduais e municipais da área de educação”.
O GLOBO Foto Agencia Brasil
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