Salvador sedia até a próxima quinta-feira (24) o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva. O evento reúne cerca de 6 mil pessoas de todo o Brasil, dentre professores, pesquisadores, gestores, estudantes, profissionais de saúde de todas as categorias que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), representantes de diversas instituições da sociedade civil e movimentos sociais.
Profissionais da Secretária de Saúde do Crato, Ceará, participam ativamente do evento. Durante os quatro dias de debates serão abordados assuntos como as desigualdades sociais e de saúde, iniquidades, perda de direitos, desmonte do sistema público de saúde ocorrido nos últimos anos, e os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, ainda em curso.
A presidente do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, Isabela Pinto, pontua que ” A expectativa dos congressistas é de que, neste momento, se fortaleçam as práticas democráticas que valorizam a diversidade étnica, cultural e política da sociedade brasileira, e que se ampliem os espaços de participação dos diversos segmentos e movimentos sociais nas decisões acerca das políticas de saúde, de forma a se avançar no atendimento das necessidades e demandas, tendo em vista a promoção da equidade e a justiça social”.
Os debates e ações do Congresso visam estimular reflexões e propostas que possam ser incorporadas à agenda da Saúde, da Educação e da Ciência e Tecnologia dos próximos governos, seja Federal ou Estaduais, de modo a contribuir para a reconstrução e redirecionamento das políticas públicas relevantes e estratégicas para o Brasil.
São 4.105 resumos submetidos e aprovados pela Comissão Científica do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2022 – em 88 sessões.
Entre inúmeras novidades do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2022 – uma delas é o Espaço Marés, que integra as atividades fora da programação científica e organizada em duas tendas, e em diálogo com a Feira de Economia Solidária. A ampliação das atividades livres e uma maior sinergia desses debates é visto como uma grande conquista deste evento.
“Pretendemos com isso viabilizar diálogos que fortaleçam a participação social, a defesa dos Direitos Humanos, o enfrentamento das violências e a questão ambiental. É mais uma estratégia que adotamos em prol de uma produção mais orgânica da Saúde Coletiva com os movimentos sociais populares, pequenos produtores, quilombolas, indígenas e demais populações vulnerabilizadas”, destaca Liliana Santos, da Comissão Organizadora Local.
A tradicional Tenda PauIo Freire, um marco do movimento popular da Educação Popular em Saúde presente em diversos congressos da Saúde, nesta edição homenageará Maria Felipa de Oliveira, heroína revolucionária de origem popular que teve um importante papel na Guerra da Independência, que ocorreu entre 1822 e 1824.
Mulher de muita coragem e à frente do seu tempo, Maria Felipa trabalhava como marisqueira e era conhecida pela beleza e pelas habilidades de capoeirista. No enfrentamento com os portugueses, ela liderou um grupo de 40 mulheres que entrou no acampamento do Exército lusitano, atacando os guardas com galhos de cansanção e pondo fogo em 42 embarcações, além de ter atuado como enfermeira nos confrontos ocorridos em Itaparica.
“Inspirada nas Tendas Paulo Freire e nessa figura histórica e militante que é Maria Felipa, a Tenda da Educação Popular no Abrascão 2022 será um espaço de circulação ampla e aberta, norteada pelas práticas de educação popular e saúde, enquanto referencial teórico e metodológico potente para a aproximação da concepção do SUS com o povo. Portanto, a Tenda Maria Felipa é um ponto de encontro dentro do espaço acadêmico para educadores e educadoras populares, movimentos populares e demais atrizes e atores sociais implicados com a defesa da democracia”, diz Hanna Santos, da Coordenação da Tenda.
A Tenda oferece ainda atividades de práticas integrativas de cuidado coletivo, respeitando todas as recomendações de biossegurança por conta da pandemia.
Site Abrasco Foto redes sociais
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