Além dos imensos desafios na área da saúde, a pandemia de Covid-19 também promoveu uma série de preocupações na comunicação como um todo, diante dos riscos da desinformação no clima de ansiedade provocado pela doença e por seus desdobramentos na sociedade na sociedade.
Para discutir o tema, a primeira palestra da programação do Salão UFRGS recebeu como convidada a jornalista e editora de Ciências do Jornal da USP, Luiza Caires.
O tema foi apresentado a partir dos desafios impostos, dos aprendizados e das recomendações que podem ser feitas diante da análise diante do período mais grave que já foi superado. O vice-pró-reitor de Pesquisa, Jefferson Cardia Simões, coordenador da mesa, sinalizou, em sua fala de abertura, que o papel do jornalismo científico é essencial na relação da ciência com a sociedade: “Notícias falsas se espalham e são consideradas verdades. Opinião é confundida com conhecimento”, resumiu.
Segundo Luiza, o grande fluxo de informação nos períodos mais graves e durante a vacinação foi capaz de promover um novo jeito de pensar a divulgação da ciência. Ela elencou os principais desafios: ansiedade do público diante dos fatos, necessidade de comunicar incertezas (diante de um novo vírus), sensacionalismo (desinformação e fake news) e ambiente político radicalizado. Além disso, diante do espaço ocupado pela pandemia na mídia, o que ocorreu foi a atuação de jornalistas pouco ou nada especializados na área, num cenário, segundo ela, semelhante ao de uma guerra.
Diante dos desafios, a jornalista salientou aprendizados possíveis para os comunicadores, a partir de sua atuação: ouvir mais o público, prevenir mal entendidos/más interpretações, diferenciar a ciência de má qualidade e enfatizar que trabalhos científicos são feitos em parceria, entre outros destaques. Também salientou como frutos ‘positivos’ do período: o aumento geral de interesse por ciências e a aproximação entre jornalistas e cientistas.
Por fim, a editora ilustrou elementos de ética e valores da modalidade de jornalismo em que está situada e apontou recomendações práticas para profissionais da área. Entre as recomendações, pode-se ressaltar: transparência sobre riscos e incertezas, cuidado com o exagero (mesmo que não seja mal-intencionado), fuga da alimentação de falsas esperanças (principalmente na área da saúde), entre outros elementos identificados pela profissional. Em breves comentários, Luiza sinalizou os riscos da desinformação e problemas da atualidade.
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UFRS Foto Ilustrativa
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