Na noite deste domingo (28) seis candidatos à Presidência estão presentos no primeiro debate da TV na eleição de 2022. Depois de cogitar não ir ao debate, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, decidiu ir ao encontro dos presidenciáveis. O Primeiro debate da campanha reune Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União)
À frente nas pesquisas de intenção de voto, Lula e Bolsonaro se enfrentam pela primeira vez.
O debate é transmitido por um pool promovido pelo Grupo Bandeirantes, juntamente com o jornal Folha de S.Paulo, UOL e TV Cultura.
Confira respostas de alguns dos temas.
Bolsonaro ataca jornalista em debate: "dorme pensando em mim"
No momento mais acalorado do debate até agora, o candidato Jair Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, que questionou o político sobre cobertura vacinal no país e também sobre os discursos dele em tom de descrédito aos imunizantes, como os da covid, por exemplo. Em tom machista e agressivo, Bolsonaro disse que Vera é uma "vergonha" para o jornalismo brasileiro: [Você] dorme pensando em mim", acrescentou Jair, que negou ter sido machista em sua fala. Atual presidente da República, é no governo de Jair Bolsonaro que o país enfrenta queda no número de vacinados, principalmente entre as crianças. Além disso, ele atrasou a compra de vacinas contra a covid e, em inúmeras ocasiões, questionou a eficácia dos imunizantes. Bolsonaro chegou a dizer que a vacina poderia transformar as pessoas em jacaré ou infectar as pessoas com o vírus do HIV, entre outras mentiras.
Ciro Gomes questionou Jair Bolsonaro sobre declaração de Jair Bolsonaro que minimizou os números de brasileiros passando fome. Em sua resposta, o atual chefe do Executivo disse que "cada um interpreta a informação como acha melhor". Em seguida, criticou a recomendação para fechar comércios durante a pandemia e disse que o país tem "uma das menores inflações do mundo".
"Estamos investindo na geração de empregos, o nosso PIB está crescendo, fizemos milagre na pandemia, lamentamos as mortes, mas investimos para que empregos não fossem destruídos. Atendemos os mais necessitados. Foi o meu governo que negociou no ano passado passar de média o valor de R$ 199 do Bolsa Família para no mínimo R$ 400; Foi o meu governo que junto ao Parlamento fez diminuir o ICMS dos combustíveis". Ainda, Bolsonaro voltou a dizer que manterá o Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023 e ressaltou que seu governo "tem um olhar especial para os mais pobres". "Os mais pobres que passam necessidade, alguns passam fome, sim, mas não nesses números exagerados... Quem está no nível abaixo da pobreza é só se cadastrar para ganhar o Auxílio Brasil de R$ 600. É um governo que tem o olhar especial para os mais pobres".
Bolsonaro questiona Lula sobre corrupção, que responde:
Acho que de vez em quando a gente tem que acreditar que nada acontece por acaso, tinha que ser ele [Bolsonaro] a me perguntar [sobre corrupção]. Isso é importante porque as pessoas precisam saber que inverdades não valem à pena na TV, citar números que são mentirosos também não compensam. É importante citar que não teve nenhum presidente que fez mais investigações para apurar corrupção do que nós fizemos. Foi nos governos do PT que a Petrobras se tornou o que é, meu governo ficou marcado pela maior política de inclusão social, maior geração de empregos, maior aumento de salário mínimo, maior investimento na agricultura. O nosso governo foi o que mais fez investimentos na educação, são 18 universidades federais, 422 escolas técnicas que fez uma revolução nesse país. Meu governo deve ser reconhecido por isso. Quando sai da presidência tínhamos 8,5 milhões de pessoas na Universidade. É exatamente isso que é a marca do meu governo. 51 milhões de hectares de terras disponibilizadas para assentamentos de pessoas nesse país. O menor desmatamento da Amazônia foi feito no meu governo. Foi meu governo que fez acordos com a Noruega e a Alemanha para preservar a Amazônia. Foi meu governo que deu cidadania ao Brasil nas suas relações internacionais, nunca antes em sua história o Brasil foi tão respeitado no mundo. E foi exatamente no meu governo que fizemos com que o país que não tinha fluxo comercial sequer de 100 bilhões de dólares ultrapasse a marca de 500 bilhões de dólares no comércio exterior. Deixei o país com a economia crescendo a 7,5%. Esse é o país que o atual presidente [Bolsonaro] está destruindo. Portanto, o governo que eu deixei é o que povo tem saudade, e esse país vai voltar a ser assim.
Ciro e Lula são questionados sobre o que fazer para melhorar a Educação no país:
Em sua resposta, Lula lamentou a falta de informações do MEC sobre a qualidade da educação no país. Conforme o petista, muitos estudantes não conseguiram ter acesso às aulas durante a pandemia e criticou a evasão escolar. Disse que pretende, logo no início de seu governo, se reunir com os governadores para a realização de um pacto contra a guerra e o atraso educacional e econômico enfrentado pelo país. Exaltou seus projetos quando presidente e pontuou que a atual gestão abandonou a educação. Já Ciro Gomes destacou que o Ceará tem a melhor educação pública do Brasil e que ele ajudou o estado a chegar a esse patamar. Em relação a nível nacional, pontuou que o descuido nessa área parece ser um projeto de governo. O pedetista pediu aos eleitores que leiam suas propostas.
Lula questiona D'Avila sobre meio ambiente; político do Novo responde:
Ao tomar a palavra, D'Avila defendeu que a retomada do crescimento econômico "depende de uma política ambiental que faça o Brasil ser a primeira nação carbono zero entre as maiores potências do mundo". Disse que o Brasil "tem potencial para sequestrar 50% do carbono do mundo" ao investir na plantação de árvores. Também disse ser a favor da expansão das energias renováveis, pois o tema do meio ambiente precisa ser tratado com "responsabilidade". Destacou que o agro brasileiro "sofre" com o desmatamento devido a boicotes internacionais, e ressaltou que o agro do país é o "mais sustentável do mundo". "O Brasil dará uma lição para o mundo ao sequestrar 50% do carbono do planeta. O Brasil não pode continuar tratando o meio ambiente com descaso", afirmou. "Temos que usar o exemplo do agro para crescer e expandir o nosso mercado", completou.
Soraya questiona Tebet sobre o que fazer para diminuir as filas no SUS; candidata responde
Em sua resposta, Tebet criticou a gestão de Jair Bolsonaro na pandemia, disse que o presidente "virou as costas para a dor das famílias enlutadas e negou vacina no braço do povo brasileiro". Citou atraso na compra de vacinas e as famílias destruídas pela covid em decorrência disso. "Não vi o presidente abraçar uma mãe que perdeu o filho", mas citou que viu caso de suspeita de corrupção no governo na compra de imunizante. Para Tebet, é devido a esse cenário que o SUS enfrenta hoje fila para a realização de exames, cirurgias e consultas. Ela defende "decretar estado de emergência para criar um crédito extraordinário e com isso colocar dinheiro nos municípios e estados, para que cada cirurgia, exame e consulta realizada seja imediatamente pago".
Vera Magalhães questionou Ciro, com comentário de Bolsonaro, sobre cobertura vacinal no país:
Ciro Gomes disse que no Brasil "tudo está fora do lugar" e que ficou "chocado" ao ouvir Bolsonaro dizer que "a economia está bombando". Disse que cumprir metas de cobertura vacinal é o básico para qualquer governante e "sumiu tudo isso" na atualidade do país. Em sua resposta, Bolsonaro ignorou a pergunta e, em tom agressivo, atacou a jornalista Vera Magalhães, disse que ela é uma "vergonha" para o jornalismo brasileiro e que "dorme pensando" nele.
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