Um motorista de transporte por aplicativo identificado como Edivaldo Cunha da Silva, 37, desapareceu após aceitar uma corrida no último domingo (14), em Salvador.
Segundo a jornalista Ana Carolina, esposa de Edivaldo, ele manteve contato com a família até a madrugada de segunda-feira (15), quando a localização do celular indicava que o motorista estava no bairro de Stella Maris.
"A última mensagem que ele mandou foi 0h15 respondendo meu boa noite. Eu adormeci e quando acordei, por volta das 3h, ele ainda não estava em casa. Procurei na sala, no resto da casa e nada. Mandei mensagem para ele e até foi entregue, dei um toque no WhatsApp e ele não me retornou", relatou.
Ana Carolina e Edivaldo são casados há cerca de três anos. Ela está grávida de três meses do primeiro filho do casal, no entanto, o motorista por aplicativo já é pai de um menino de 11 anos, fruto de um relacionamento anterior.
Ainda segundo Ana Carolina, o esposo não costumava ficar sem dar notícias durante o trabalho. Após o desaparecimento, ela tentou ligar para ele, a ligação chamou e depois caiu na caixa postal. Já no período da tarde, uma mulher ligou para ela do número do motorista por aplicativo.
"Uma mulher me ligou do número dele, eu atendi e perguntei: 'amor, é você?'. Aí respondeu uma mulher. Eu perguntei: 'quem é?'. E ela respondeu: 'estou retornando essa ligação, porque esse número me ligou'. Aí eu falei que era esposa de Edivaldo e perguntei se aquele não era o contato dele. Ela confirmou e desligou. Foi muito estranho, nunca tinha ouvido aquela voz".
Depois de algumas horas a jornalista ligou novamente para o esposo e quem atendeu, desta vez, foi um homem que se identificou como Gabriel. No entanto, Ana Carolina garantiu que Edivaldo não tem nenum amigo com este nome.
Na ligação, o homem disse que o motorista por aplicativo estava "tirando um cochilo" na casa dele. "Pedi para acordar ele [Edivaldo], mas ele desligou e o telefone ficou sem sinal", explicou.
A jornalista registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia sobre o desaparecimento do esposo. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) e que buscas já foram feitas em hospitais e no Instituto Médico Legal (IML).
Ainda na nota, a polícia detalhou que outras diligências estão sendo realizadas pela unidade especializada para tentar localizar o homem.
Quem tiver informações sobre o paradeiro de Edivaldo Cunha pode entrar em contato através dos números (71) 9 9631-6538, (71) 3116-0000, (71) 3116-0357 e 181.
VIOLÊNCIA: De janeiro a agosto, cerca de 600 motoristas por aplicativo foram vítimas de algum tipo de violência no estado, segundo o Sindicato dos Motoristas por Aplicativos da Bahia (Simmacter). Ainda conforme a entidade, mais de 90% dos casos de roubos, furtos e latrocínios são cometidos por pessoas que entram no veículo se passando por passageiros.
Na segunda-feira (15), o motorista por aplicativo Florisvaldo Rodrigues Filho morreu após ser baleado na Avenida Pinto de Aguiar, em Salvador. O caso ocorreu na noite de domingo (14). A vítima foi socorrida e encaminhada para o Hospital Municipal, mas não resistiu.
Já na última quarta-feira (10), um motorista por aplicativo identificado como Ednoel Santos Moura, de 40 anos, foi encontrado morto no porta-malas de um carro, na BA-526, conhecida como estrada Cia-Aeroporto, em Salvador.
De acordo com a família, Ednoel Moura teria sido sequestrado por três homens durante uma corrida e obrigado a dirigir o veículo, enquanto os suspeitos realizavam assaltos.
Ainda de acordo com os familiares, uma das vítimas dos assaltos teria acionado a Polícia Militar e informado as características do carro do motorista por aplicativo. Os militares localizaram e perseguiram o veículo. Houve troca de tiros, os suspeitos foram baleados e não resistiram aos ferimentos.
O motorista por aplicativo foi encontrado morto no porta-malas pela PM e, de acordo com os militares, estava sem identificação. O corpo dele e dos suspeitos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML).
O enterro de Ednoel Moura ocorreu no dia seguinte, na quinta-feira (11), no cemitério Bosque da Paz, na capital baiana, e foi marcado por forte comoção.
G1 Bahia
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