A Comissão Especial da Câmara dos Deputados para votação da PEC dos Auxílios aprovou o texto-base do relatório do deputado Danilo Forte (União-CE). Deputados votam, neste momento, os destaques, que podem alterar a redação. Após a votação, a matéria vai ao plenário.
Caso não sejam feitas mudanças, o texto que vai à votação dos deputados mantém quase que integralmente a redação da proposta aprovada na última semana pelo Senado Federal.
O parecer analisado no colegiado é um substitutivo apresentado pelo relator, que apensou a PEC dos Auxílios ao parecer da PEC 15/2022, destinada a manter a competitividade de biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis. O apensamento permitiu driblar os obstáculos regimentais para agilizar a tramitação das propostas e teve aval do presidente Arthur Lira (PP-AL).
Ao longo da construção do parecer, a relatoria chegou a cogitar mudanças na PEC dos Auxílios, incluindo a extensão do auxílio gasolina aos motoristas de transporte por aplicativo. O deputado também sinalizou pela retirada do decreto de emergência do texto, mas foi demovido da ideia por líderes governistas e por Lira, que pressionam pela celeridade da votação do projeto e defenderam a manutenção da redação aprovada pelos senadores.
O reconhecimento do estado de emergência foi alternativa encontrada pelo relatora da proposta no Senado, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), para evitar que a PEC fosse questionada na Justiça e viesse a perder validade, uma vez que a legislação veda à Administração Pública, em ano eleitoral, criação de novos benefícios e conceda repasses de verbas.
Com a PEC, o governo federal que busca, com a proposta, reduzir às vésperas da eleição a rejeição crescente a Bolsonaro em razão das altas recorrentes nos preços da gasolina, diesel e etanol.
O que diz a PEC
Em síntese, a PEC estipula um pacote de R$ 41,25 bilhões para reduzir, por meio da ampliação de auxílios e criação de novos benefícios sociais, o impacto dos aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis.
Entre as propostas aprovadas na matéria, está a criação de um auxílio financeiro que deverá ser pago a motoristas de taxi para abastecimento do veículo profissional. Além disso, o projeto se propõe a aumentar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, e a zerar a fila de beneficiários que ainda aguardam a inclusão no programa social.
Também estão previstos: a ampliação do Vale-Gás para o equivalente ao preço de um botijão por bimestre, e a criação de um voucher mensal de R$ 1 mil para caminhoneiros abastecerem com diesel. A União também se propõe a ressarcir estados que aderirem à gratuidade para idosos nas passagens de transporte público.
Veja os principais pontos da PEC:
- Aumenta em R$ 200 o valor do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, ao custo estimado de R$ 26 bilhões;
- Zera a fila do Auxílio Brasil. Atualmente, mais de 1,6 milhão de pessoas aguardam pela inclusão no pagamento do benefício;
- Aumenta o vale-gás para o equivalente a um botijão por bimestre. Esta medida está orçada em R$ 1,5 bilhão;
- Cria um benefício de R$ 1 mil aos transportadores autônomos de carga. A medida, que custará R$ 5,4 bilhões, contempla apenas os caminhoneiros com Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Carga (RNTRC);
- Cria um benefício a ser pago para motoristas de taxi, ao custo fixado de R$ 2 bilhões;
- Compensa, ao custo de R$ 2 bilhões, estados que atenderem à gratuidade de idosos no transporte coletivo urbano.
Os R$ 3,35 bilhões restantes servirão para assegurar o atual regime especial e a diferenciação tributária do etanol, em comparação com a gasolina.
Metrópoles / foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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