Piscicultura do Sertão do São Francisco recebe investimentos para ampliar beneficiamento e comercialização

No território de identidade Sertão do São Francisco, a piscicultura desponta como atividade promissora da agricultura familiar. Para reforçar o processo de produção e comercialização de peixes, o Governo do Estado, por meio do projeto Pró-Semiárido, firmou um convênio com a Cooperativa de Produção e Comercialização dos Derivados de Peixe de Sobradinho (Coopes).  

Por meio do projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), serão destinados R$ 531,7 mil em ações para ampliar e fortalecer a piscicultura, como a compra de ração para vender para os agricultores cooperados.  

De acordo com o diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, será uma segunda frente que a cooperativa abrirá no seu portfólio de produtos. Além de fazer o beneficiamento do pescado, fará a comercialização da ração. "Esse convênio tem esse propósito, que a Coopes compre ração em atacado e faça o fornecimento mediante contrato com os produtores, em que eles vão pagar parte em dinheiro e parte em pescado. Desta maneira, o beneficiamento e a comercialização serão fortalecidos também".  

Para Rosália Vieira, presidente da Coopes, esse convênio é uma oportunidade que contribui para a sustentabilidade da produção de peixes. Segundo ela, um dos desafios dos produtores têm sido o aumento de preço da ração no mercado. "Os produtores poderão comprar a ração mais barata e terão a venda garantida de sua produção, para a cooperativa beneficiar. Os piscicultores e piscicultoras terão um 'fôlego' para conseguir alimentar os peixes e também não ficarão reféns dos atravessadores, que não pagam preços justos". 

O peixe da espécie tilápia, produzido pela Coopes, é estocado e comercializado seguindo os padrões ideais sanitários e de qualidade, além de possuir o Selo de Identificação da Agricultura Familiar (SIPAF), que garante a sua origem. Hoje, a cooperativa tem a capacidade de produção de 100 a 300 quilos por mês, comercializados de diversas formas, como filé de tilápia a vácuo, congelado em posta, espalmado congelado, linguiça de peixe, espetinhos de peixe, bolinho de peixe e peixe fresco, um cardápio variado que pode ser adquirido no Armazém da Caatinga, em Juazeiro, ou por meio do site www.mercaf.com.br. 

A engenheira de Pesca do Pró-Semiárido, Joseane Araújo, que acompanha o desenvolvimento produtivo da Coopes, destacou que com a assinatura desse convênio será possível garantir a alimentação dos peixes. "Os produtores comprarão a ração com cerca de 15% de desconto, mais barato que os mercados atuais. Nesse processo, ganha quem produz e, também, a cooperativa, pois terá uma produção periódica, para a comercialização contínua, podendo assim abastecer grandes supermercados".  

A Coopes conta ainda com outro convênio firmado junto ao Pró-Semiárido, no valor total de R$439,9 mil. Um recurso que prevê a aquisição de equipamentos para o beneficiamento do pescado e aproveitamento de resíduos sólidos, entre outras ações, beneficiando piscicultores do território Sertão do São Francisco. 

Mais investimentos-Para garantir a qualificação da produção, outro projeto do Governo do Estado, o Bahia Produtiva, destinou à Coopes R$ 1,6 milhão de recursos aplicados na reforma da unidade de beneficiamento de pescados, construção da fábrica de óleo e aquisição de máquinas e equipamentos. A previsão é que a obra seja entregue no segundo semestre deste ano. O Bahia Produtiva é executado pela CAR/SDR e cofinanciado pelo Banco Mundial. 

Ascom SDR/CAR