Diante da queda observada nos índices de infecção pela Pandemia, alguns eventos e viagens que sofreram cancelamentos no espaço dos últimos dois anos, foram agraciados com a possibilidade de reprogramação, e assim visitei o próspero Estado de Santa Catarina, no Sul do Brasil, em particular as belas cidades de Florianópolis (Capital) e Balneário Camboriú, além de algumas outras do seu entorno, como Itajaí, Brusque, Nova Trento, Blumenau e Pomerode.
Dentre os tantos eventos adiados, o que se realizou de 1º. a 08/04, em Balneário Camboriú-SC foi um deles, com a participação de mais de 3.000 aposentados do Banco do Brasil e organizado pela FENABB-Federação das AABBs, para a disputa de atividades esportivas de toda natureza, não importa a idade. Foi extraordinário o espírito de confraternização presente no Encontro, além da simpatia do acolhimento dos catarinenses e a beleza da cidade, fatores que encantaram a todos e o sucesso superou todas as expectativas.
No ano de 2013, quando estive a passeio na cidade de Gramado, escrevi duas crônicas com o título de “UM BRASIL DIFERENTE”, dedicadas a uma análise dos usos e costumes observados. Na ocasião já ponderei que não tinha dúvidas de que não seria apenas mais uma viagem de turismo que estaria realizando, mas, certamente, uma clara caminhada no sentido de avaliar a grande diversidade existente no comportamento das pessoas, e porque certos hábitos são bastante diferentes no resto do Brasil. Importante frisar que essas práticas são bem-vistas e bem-quistas sob o olhar do desenvolvimento e do progresso.
Mesmo numa visita de caráter turístico, é ilimitado o universo de lições que podem ser extraídas, e que deveriam ser assimiladas pelas demais regiões, sem que isso signifique uma violência contra a tradição ou perfil cultural de cada uma, cujas características são invioláveis, e devem ser respeitadas e mantidas. É oportuno reiterar que as coisas boas que acontecem dentro do território brasileiro devem ser compartilhadas, imitadas e copiadas, de forma a atingir um crescente aperfeiçoamento dos níveis culturais, valores que transcendem os limites de qualquer fronteira geográfica.
É impressionante como se ouve dos companheiros de viagem, a todo instante, empolgantes comentários sobre a qualidade da prestação de serviço recebida, na qual sempre está visível o respeito aos direitos do cidadão, e evidencia notáveis traços de uma admirável cultura. Embora a viagem não seja destinada a uma pesquisa específica, as observações feitas são suficientes para gerar o convencimento de que muita coisa pode mudar por aqui, principalmente através de um processo educacional e de conscientização de cada cidadão.
Só para relembrar, vejam alguns exemplos citados em 2013, e que continuam ainda marcantes: a) Onde não há semáforos (ou sinaleiras) nos cruzamentos, ainda assim o trânsito flui com perfeição, porque os motoristas respeitam as placas que indicam a preferência e como devem proceder num trevo! b) Onde os motoristas, educadamente, imediatamente param, ante o simples ato de alguém pisar sobre a faixa de pedestre! c) Onde ninguém joga qualquer papel ou dejeto de qualquer espécie nas ruas, inclusive as bagas de cigarros; d) Onde não se joga copos e latas de cerveja na rua.
Vale ressaltar a esperança, apesar de todos os percalços culturais e educacionais com os quais convivemos hoje, que revelam AS DUAS FACES DO BRASIL, de que não demande muito tempo para que aconteça a gradual assimilação de novos e bons costumes pelo nosso povo, governantes, políticos e autoridades outras.
E que as nossas crianças e jovens de hoje, possam ter o privilégio, quando adultos, de desfrutarem da alegria de vivenciarem a realidade de um novo Brasil, de uma única face e sem fronteiras culturais restritivas em todo o seu território. É sonhar grande demais? Não. É apenas desejar que o melhor aconteça para todos nós, não só culturalmente falando, mas, que o IDH de cada região não seja tão divergente.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil – Balneário Camboriú (SC).
12 comentários
10 de Apr / 2022 às 23h23
Bem dito título dessa Crônica. Pura verdade o que acontece nesse país. A pergunta é: Assim será por dias sem fim? Ou um dia ainda que não esteja próximo essa desigualdade deixará de existir? Quem viver verá... Mas por enquanto o Autor tem suas razões em fazer essas comparações tão desiguais.
10 de Apr / 2022 às 23h27
Parabéns! Mesmo em viagem você consegue nos presentear com suas crônicas. (Salvador-BA).
10 de Apr / 2022 às 23h47
Mais uma crônica muito bem exposta, inclusive para composição do livro! Você é categoria! Como fiquei com receio, tendo em vista a COVID 19, não me inscrevi para esse passeio. Mas, da próxima vez, se estivermos com vida e saúde e Papai do Céu permitir, estaremos juntos! (Miguel Calmon-BA)
10 de Apr / 2022 às 23h49
Excelente reflexão amigo Agenor, parabéns! (Maracás-BA)
10 de Apr / 2022 às 23h52
Muito boa crônica. Realmente a diferença cultural é grande. (Salvador-BA).
10 de Apr / 2022 às 23h56
Muito bom! Quem sou eu para discordar de você mestre. Mas, entendo que o Sul do Pais foi colonizado pelo melhor dos europeus. Só que não troco o meu Rio de Janeiro e a nosso Nordeste por nada. (Rio de Janeiro-RJ).
11 de Apr / 2022 às 00h26
Muito bom! Estive em Camboriú, Florianópolis, Pomerode e seu entorno uma vez apenas, em janeiro de1989, assim como nas Serras Gaúchas, Curitiba, etc. e tal. Estive numa cidade gaúcha, onde o gerente do BB tem que falar alemão porque a maioria da população não fala o português e onde existe um jardim lindo que é um labirinto verde, bem próximo à agência BB. Há flores por toda parte... Já em Gramado, estive por três vezes, uma delas levando o meu neto, hoje com 16 anos. O comportamento do povo de Gramado é elogiável e algo impressionante, (continua),
11 de Apr / 2022 às 00h28
dada a sua cultura social apuradíssima. Lembro que, certa feita, naquela cidade, já habituado ao costume do nativo obedecer a preferência do pedestre, tão logo este coloca o pé na faixa a este destinada, quase fui atropelado por indivíduo que, após a passagem do automóvel, observei que não era da cidade nem da região. Você tem razão, precisamos aprender com quem é civilizado. (Salvador-BA)
11 de Apr / 2022 às 00h34
Parabéns, meu amigo, mais uma vez me sinto participante de sua opinião. Que verdadeiramente tenhamos este Brasil unificado em suas atitudes e conhecimentos. (Salvador-BA).
11 de Apr / 2022 às 06h47
Bom dia, Agenor! Recordar (nunca é tarde) é viver! Mesmo com os eventos adiados, observa-se que não foi motivo impeditivo para a participação efetiva dos mais de 3.000 aposentados do Banco do Brasil. Este seu relato deixa claro que o olhar aguçado de escritor e pesquisador, mesmo sendo uma viagem de turismo, não passaram despercebidos todos os pontos destacados por você, me levando a perguntar: Por que tantas diferenças? Por que duas faces? Parabéns!
11 de Apr / 2022 às 08h52
Parabéns, Agenor! (Vitória-ES).
11 de Apr / 2022 às 08h55
Parabéns. Excelente! (Salvador-BA)