Bolsonaro: Não serão dois ou três que decidirão como serão contados os votos

O presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou nesta quarta-feira (30/3) em Cajupiranga, no Rio Grande do Norte, onde participou da inauguração da estação de VLT. Durante discurso, o chefe do Executivo voltou a falar sobre contagem dos votos nas eleições de 2022.

Mais uma vez, em tom de comício, houve oração, motociata. Bolsonaro, que chegou a cavalo na solenidade, voltou a apostar no antagonismo com o PT e reforçou que as eleições serão uma luta “do bem contra o mal”.

"Cada vez mais, a população entende quem está do lado do bem e quem está do lado do mal. Não é de esquerda contra direita, é de bem contra o mal. E o bem sempre venceu. E o bem vencerá. O bem está ao lado da maioria da população brasileira."

Em outra indireta, o presidente voltou a criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os quais frequentemente cita em seus ataques, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.

“Talvez, o que eu vá falar nesse momento seja aquilo de mais importante para o futuro de nossa Pátria. Creiam vocês que pouquíssimas pessoas que podem muito em Brasília, mas nenhuma delas pode tudo. Porque, acima delas, está a vontade de vocês. Nós, militares, que lá atrás, das Forças Armadas e Forças auxiliares, muitos presentes aqui hoje, juramos dar à vida pela Pátria. Nós todos daremos também a nossa vida pela nossa liberdade.”

Segundo ele, “pode ter certeza que, pela ocasião das eleições, os votos serão contados no Brasil. Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos. Nós defendemos a democracia. Nós defendemos a liberdade”. “Nós faremos tudo, até com o sacrifício da própria vida, para que esses direitos sejam de fato relevantes e cumpridos em nosso país”, continuou.

Bolsonaro argumentou ainda que vem fazendo “o que pode para a população”. “Peguei o Brasil completamente arrebentado nas questões éticas, morais e econômicas. Começamos implementando mudanças já em 2019. Já com o apoio do parlamento conseguimos aprovar muitas coisas”.

Combustíveis

O chefe do Executivo também voltou a culpar governadores pela alta dos preços dos combustíveis e citou a governadora do Rio Grande do Norte, Maria de Fátima Bezerra (PT), como um exemplo de líder que abandonou a população ao aderir a medidas restritivas em meio à pandemia.

“Vocês não podem se esquecer do que passaram ao longo desses dois anos com a pandemia. Não só levando em conta os parentes e amigos que perderam, mas também a ação de muitos governadores e governadoras que barbarizaram junto à opinião pública. Pessoas que obrigaram o povo a ficar em casa sem medir consequência, sem levar em conta que grande parte da população brasileira vive da informalidade e não de salário fixo. Essas pessoas foram abandonadas por esses governadores e essa governadora”, disse, sendo ovacionado ao som de "fora PT".

Presidente democrata

Durante a fala, Bolsonaro se autointitulou “um dos presidentes mais democratas da história do Brasil” e voltou a defender o armamento da população.

“Chega de ser governado por pessoas que não acreditam no seu povo, por pessoas que querem o poder pelo poder. Temos um dos presidentes mais democratas da história do Brasil, um presidente que, inclusive, deu direito ao seu povo a ter a posse de uma arma de fogo. Chega de só bandido estar armado e defendido por governos. Quem tem que estar armado são os homens e mulheres da segurança pública e os homens e mulheres de bem do nosso Brasil. Povo armado jamais será escravizado”, bradou.

Bolsonaro também pegou uma criança no colo e disse que sua gestão quer deixar uma herança para a geração futura.

“Eu já tenho três netas dessa idade. É para esse tipo de gente que nós todos trabalhamos, nos empenhamos e arriscamos para deixar o Brasil melhor. E não é apenas nas coisas materiais, também nas coisas espirituais. Nós queremos deixar para essa garotada a liberdade de crença, o direito de ir e vir. A possibilidade que eles escolham junto com a família o seu respectivo destino”.

Por fim, o presidente disse que, nas viagens que faz pelo país, por onde passa tem apoio popular. “Tem pessoas maravilhosas ao nosso lado. Mas mais maravilhoso do que essas pessoas que me acompanham é o apoio popular que nós temos em qualquer lugar do Brasil”, concluiu.

Também participaram do evento o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Fábio Faria (Comunicações), João Roma (Cidadania) e Ciro Nogueira (Casa Civil).

À tarde, Bolsonaro participará da cerimônia alusiva ao 5G no Agro e das entregas do governo na Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí.

Correio Braziliense / foto: arquivo