O Laboratório de Diagnóstico Molecular de Covid-19 da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) alcançou, na última sexta-feira (18), o número de 15 mil testes RT-PCR realizados desde que entrou em funcionamento, em agosto de 2020, por meio de um acordo de cooperação com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Pernambuco. O laboratório, que atua com apoio do Hospital Universitário (HU-Univasf/Ebserh), é o único no interior do estado a realizar exames diagnósticos do vírus Sars-Cov-2, utilizando a técnica RT-PCR e analisa as amostras provenientes dos sete municípios que fazem parte da VIII Gerência Regional de Saúde (Geres) do Estado.
Com capacidade para processar até 4 mil exames por mês, o laboratório da Univasf quadruplicou a capacidade de processamento prevista inicialmente. Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022, com a disseminação da variante Ômicron na região de Petrolina, foram registrados os maiores volumes de testes processados.
De acordo com o coordenador, Rodrigo Feliciano do Carmo, professor do Colegiado de Farmácia, somente em janeiro foram analisadas 2.793 amostras, das quais 14,18% deram positivo para Covid-19. Já no mês de fevereiro, foram 1.957 amostras, com uma taxa de 38,7% de testes positivos, que confirmam a velocidade de transmissão da Ômicron.
Carmo ressalta que os resultados de 99% dos exames são liberados em até 24 horas após o recebimento das amostras. “Essa agilidade na análise é de extrema importância para o controle epidemiológico da pandemia na região, pois com o resultado o paciente pode buscar tratamento adequado nos serviços de saúde e fazer o isolamento social, evitando contaminar outras pessoas com o vírus”, destaca. A atuação do laboratório da Univasf também contribui para dar celeridade aos testes de Covid-19 necessários para procedimentos cirúrgicos eletivos e para transplantes de órgãos, outros serviços também realizados pelo equipamento.
Os 15 mil exames realizados pelo laboratório foram processados num período de 11 meses. Houve uma interrupção nas análises de janeiro a setembro de 2021, período que transcorreu entre o encerramento do primeiro convênio e a renovação do acordo de cooperação entre as partes envolvidas, cujo coordenador na Univasf é o professor do Colegiado de Medicina Anderson Armstrong.
A equipe do laboratório é formada por dez pessoas, entre estudantes de pós-graduação e integrantes do Grupo de Pesquisa em Doenças Infecciosas e Negligenciadas (GPDIN) da Univasf e por bolsistas do projeto de pesquisa “Implantação de Infraestrutura para Auxílio ao Diagnóstico Molecular de Covid-19 no Estado de Pernambuco e Identificação de Biomarcadores”, que atuam sob a coordenação de Rodrigo do Carmo. Diversas pesquisas estão sendo realizadas no momento por discentes de mestrado e doutorado, como resultado da parceria entre o laboratório da Univasf e a SES, no âmbito desse projeto.
O primeiro a ser concluído foi a dissertação “Investigação da Associação entre Polimorfismos no Gene PTX3 e a Gravidade da Covid-19”, defendida recentemente no mestrado em Biociências da Univasf por Thiala Alves Feitosa, que teve a orientação de Rodrigo do Carmo e contou com apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe). “Além do serviço de diagnóstico das amostras de toda a região, que por si só já é uma grande contribuição à sociedade, o laboratório tem uma importante função formadora. Essa estrutura está possibilitando a formação de profissionais que irão atuar na área de biologia e diagnóstico molecular, de forma inédita, aqui na região”, ressalta o docente.
Da Redação RedeGN
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