Foi encerrado sem acordo o primeiro encontro entre delegações diplomáticas de Ucrânia e Rússia, que se reuniram na região da fronteira com Belarus, nesta segunda-feira (28), para discutir um possível cessar-fogo.
De acordo com o assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, os representantes retornarão às suas respectivas capitais antes de uma segunda rodada de negociações, informou a agência de notícias RIA. Os países estão em uma guerra que já persiste há cinco dias, desde que forças russas invadiram o território ucraniano.
A delegação ucraniana incluiu, entre outros, o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, conselheiro do chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Mykhailo Podoliak, e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Mykola Tochytskyi.
O presidente Volodymyr Zelensky não fez parte do grupo. O país exigiria um “cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas”, disse um comunicado da presidência ucraniana mais cedo.
Na última sexta-feira, em mensagem de vídeo, o presidente da Ucrânia pediu conversas diretas com o líder russo Vladimir Putin. “Gostaria de me dirigir ao presidente da Federação Russa mais uma vez. Há combates em toda a Ucrânia agora. Vamos nos sentar à mesa de negociações para impedir a morte das pessoas”, disse Zelensky.
Ainda há tempo de parar a guerra, diz embaixador do Brasil na ONU
Ronaldo Costa Filho, embaixador do Brasil na ONU, falou em reunião emergencial da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece nesta segunda-feira (28), após a Rússia invadir a Ucrânia na última quinta-feira (24).
Ele afirmou que “ainda há tempo de parar a guerra… este é um momento decisivo para a ONU e para o mundo”.
O embaixador declarou também estar preocupado com a sucessão de eventos que levarão a um conflito mais amplo, caso os ataques da Rússia sobre a Ucrânia não pare. “Todos sofrerão, não só os envolvidos na guerra, como os que pedem uma diminuição da agressão”.
Presidente ucraniano assina pedido formal de adesão à União Europeia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou nesta segunda-feira (28) um pedido oficial para a Ucrânia ingressar na União Europeia (UE).
Diante da invasão russa ao país, Zelensky pediu ao bloco que permita que a Ucrânia se torne membro imediatamente sob um procedimento especial.
Pelo Twitter, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, afirmou que a “esta é a escolha da Ucrânia e do povo ucraniano. Nós mais do que merecemos”.
Sanções podem levar Rússia a dar calote, diz instituto internacional de finanças
As sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos e países aliados à Rússia podem levar o país a dar um calote em sua dívida externa. A avaliação é do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), uma associação que reúne os maiores bancos do mundo.
Em uma nota publicada nesta segunda-feira, o IIF diz ainda que o PIB russo deve sucumbir ao impacto das punições internacionais.
Para os analistas do órgão, a decisão de banir grandes bancos russos do sistema Swift foi considerada uma das mais sérias impostas a um país na história recente.
Enquanto ainda debatiam o alcance e a eficácia desta medida, o anúncio de ações restritivas ao Banco Central da Rússia e a sinalização de que a força das sanções pode aumentar, levaram o IIF a prever fortes impactos na economia russa.
10% de toda a população ucraniana deve deixar o país, estima ONU
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) projeta que a guerra na Ucrânia deve deslocar 4 milhões de pessoas para outros países. É uma movimentação de cerca de 10% de toda a população ucraniana.
Com cinco dias de guerra, governos vizinhos e a ONU apontam que 422 mil pessoas já cruzaram as fronteiras, fugindo do conflito com a Rússia.
Em entrevista à CNN Rádio, o porta-voz do ACNUR Luiz Fernando Godinho demonstrou preocupação com o ritmo tão intenso no deslocamento.
“É um impacto humanitário devastador, que vai ter consequências por muito tempo”, avalia. “A prioridade é acomodar essas pessoas nos países em que elas estão chegando para dar a elas a oportunidade de dar uma respirada.”
CNN / foto: reprodução
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