O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) emitiu uma nota repudiando a agressão sofrida por uma médica que fazia atendimento na Unidade Básica de Saúde do bairro Mandacaru, em Petrolina. O órgão disse que "vários dos ambientes de trabalho de serviços de saúde da cidade têm sido marcados por agressões e tensões que tornam ainda mais pesado o desafio cotidiano de cuidar da saúde das pessoas".
O fato aconteceu na tarde da última quarta-feira (26). A médica da unidade foi agredida por uma paciente que não quis esperar atendimento, e nem passar pela triagem. A paciente, então, agrediu de forma verbal e física a profissional, que já registrou o boletim de ocorrência na delegacia da cidade, acompanhada por testemunhas que presenciaram tudo que aconteceu.
O Simepe disse que devido "ao avanço de número de casos de Covid-19, junto a outros casos de quadros de síndromes gripais, as unidades de saúde estão com superlotação e equipes médicas sobrecarregadas", e reiterou que "o momento é difícil para todos, mas não podemos aceitar que haja qualquer tipo de agressão. É necessário que haja medidas concretas por parte dos gestores de saúde, no sentido de construir melhores condições para o exercício do trabalho dos profissionais médicos" [leia na íntegra abaixo].
Já a Secretaria de Saúde de Petrolina reiterou que "desacato ao servidor é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro em seu artigo 331, que destaca: 'desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa'.
Nota na íntegra
Esta semana, mais um episódio de agressão contra profissionais de saúde marcou a cidade de Petrolina. Desta vez, uma médica foi agredida fisicamente enquanto desempenhava suas funções em uma Unidade Básica de Saúde do município. Infelizmente, vários dos ambientes de trabalho de serviços de saúde da cidade têm sido marcados por agressões e tensões que tornam ainda mais pesado o desafio cotidiano de cuidar da saúde das pessoas. Devido ao avanço de número de casos de Covid-19, junto a outros casos de quadros de síndromes gripais, as unidades de saúde estão com superlotação e equipes médicas sobrecarregadas.
O momento é difícil para todos, mas não podemos aceitar que haja qualquer tipo de agressão. É necessário que haja medidas concretas por parte dos gestores de saúde, no sentido de construir melhores condições para o exercício do trabalho dos profissionais médicos.
Como se não bastasse a atual sobrecarga, há uma série de medidas da Secretaria Municipal de Saúde que está contribuindo ainda mais para a pressão em cima das equipes de saúde: o fechamento do hospital de campanha, Monte Carmelo, e do centro de atendimento de pacientes com sintomas gripais que funcionou durante um período na antiga AME do Servidor, localizado na Avenida Guararapes. Medidas que além de aumentarem a responsabilidade das equipes, deixaram a população sem um serviço essencial para acompanhamento e monitoramento de muitos casos de Covid-19.
Também houve o fechamento de todos os postos de vacinação para Covid-19 e a incorporação destas vacinas no dia a dia das Unidades Básicas, sem incremento no pessoal para aplicação na maior parte das unidades de saúde. O resultado é, mais uma vez, sobrecarga nas equipes que continuam tendo que dar conta de todas as demandas do dia a dia.
Devido a este cenário, solicitamos por parte da Secretaria de Saúde e da Prefeitura Municipal de Petrolina que se ofereçam respostas imediatas para o melhor desempenho de suas funções de todos os médicos e profissionais de saúde do município. Por estes e por toda a população que merece ter acesso aos serviços de saúde preparados para lidar da melhor forma possível. A saúde da população e dos profissionais precisa estar em primeiro lugar.
Da Redação RedeGN
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