Ambientalistas e movimentos sociais estão alertas com relação a luta contra instalação de Usina Nuclear. Um passo dado na Europa chamou a atenção dos brasileiros envolvidos na luta contra um dos projetos prevê a instalação de uma Usina Nuclear com o uso das águas do Rio São Francisco.
A Europa pretende facilitar instalação de usinas nuclelares e isto lógico no futuro será usado como argumento para os interesses dos que defendem a instalação de uma Usina Nuclear no Brasil. O Brasil tem dois reatores nucleares funcionando e um em construção no Rio de Janeiro.
A energia nuclear representa quase 3% da matriz energética no paíS. A fonte nuclear responde por cerca de 3% da geração de energia no Brasil. Antes da crise econômica e da instabilidade política, o governo chegou a anunciar que o Plano Nacional de Energia contemplaria a construção de pelo menos quatro usinas nucleares até 2030.
O mundo tem atualmente 450 reatores nucleares operando em 33 países e 50 em construção. Empresas e nações que desenvolvem esse tipo de energia buscam agora triplicar o número de usinas nucleares até 2050, aumento que representaria 25% da eletricidade mundial.
Desta vez, Um plano da UE (União Europeia) para classificar algumas usinas de energia nuclear e de gás natural como fontes de energia “verde”, capazes de reduzir as emissões de carbono que causam o aquecimento do planeta, despertou divisão dentro do bloco. Se aprovada, a proposta histórica pode desencadear um ressurgimento da energia nuclear no continente nas próximas décadas.
Em 31 de dezembro, foi vazado para algumas organizações de imprensa um esboço de proposta formulado pela Comissão Europeia que incluía investimentos em gás e energia nuclear dentro das regras de “taxonomia financeira sustentável” da UE.
A proposta consideraria o gás natural e a energia nuclear como fontes “transitórias” de energia verde, a serem usadas para fazer a ponte entre a mudança do uso do carvão e de energias emissoras de carbono para tecnologias de energia limpa, como eólica e solar.
“A Comissão considera que existe um papel para o gás natural e a energia nuclear como meio de facilitar a transição para um futuro predominantemente baseado em fontes renováveis”, disse o órgão executivo europeu num comunicado divulgado no último sábado.
A proposta tenta chegar a um meio termo em uma das batalhas políticas mais acirradas da Europa, em um momento em que seus líderes prometeram tirar o planeta da beira de uma catástrofe climática.
Depois de meses de intenso lobby, há, de um lado, um bloco pró-nuclear, liderado pelo presidente Emmanuel Macron, da França, o maior produtor de energia atômica da Europa, e, de outro, Alemanha e outros países que estão preocupados com a proliferação da energia nuclear em solo europeu. A Alemanha desativou três de suas seis últimas usinas nucleares no final de 2021.
A data despertou críticas de ambientalistas, que acusaram o órgão Executivo da UE de divulgar as propostas propositalmente no último dia do ano, de modo a reduzir sua visibilidade.
“A Comissão Europeia não poderia ter se esforçado mais para esconder essa proposta”, disse em uma rede social Henry Eviston, porta-voz de finanças sustentáveis do Gabinete de Política Europeia do grupo ambientalista WWF. “Quando o debate era se as energias renováveis são verdes, a Comissão deu aos cidadãos três chances para darem sua opinião. Para gás fóssil e nuclear, temos um documento escrito a portas fechadas e publicado na véspera de Ano Novo.”
O porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, disse em uma entrevista coletiva que o órgão havia prometido apresentar sua posição sobre o que era um “tópico muito complexo e sensível” antes do final do ano.
“Não estávamos tentando fazer isso às escondidas ao divulgar em 31 de dezembro”, disse. “Posso garantir que nossos colegas prefeririam muito mais ter relaxado nas férias, mas decidiram continuar seu trabalho durante o Natal para garantir que isso fosse divulgado antes do final do ano.”
A Comissão Europeia afirmou que iniciou consultas com os países do bloco sobre a proposta, que visa fornecer um conjunto comum de definições do que constitui um “investimento sustentável” na Europa. Qualquer plano final estaria sujeito à aprovação da maioria dos países-membros ou do Parlamento Europeu.
A energia nuclear seria considerada um investimento sustentável se os países pudessem descartar o lixo radioativo com segurança, uma das maiores preocupações do bloco liderado pela Alemanha.
As novas usinas seriam consideradas investimentos sustentáveis até 2045 e teriam de passar por atualizações de segurança durante sua vida útil para garantir “os mais altos padrões de segurança alcançáveis”, segundo o projeto.
Já usinas de gás natural seriam consideradas fontes de energia verde “transitórias” para fins de investimento caso atendessem a certos critérios de emissões e substituíssem as usinas de combustível fóssil mais poluentes.
A UE tem trabalhado para tornar a sustentabilidade e as questões climáticas uma parte integrante de suas regras financeiras, a fim de apoiar o chamado Acordo Verde [Green Deal], que visa neutralizar as emissões de carbono da Europa até 2050.
Durante meses de acalorado debate sobre as propostas, alguns países da UE disseram que eram necessários investimentos em gás para ajudá-los a abandonar o carvão, que é mais poluente.
Outros disseram que rotular um combustível fóssil como verde prejudicaria a credibilidade das regras e da UE, que busca ser um líder global no combate às mudanças climáticas.
As regras têm como objetivo direcionar o capital privado e dinheiro público para investimentos renováveis e evitar a chamada “lavagem verde”’ (“greenwashing”), quando as empresas fazem alegações sem base de que estão se adequando às metas de redução de emissões de carbono. As informações são dos jornais O Globo e The New York Times e da agência de notícias Reuters.
Redação redeGN Foto Ilustrativa arquivo Agencia Brasil
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