As atividades presenciais ocorreram de forma adaptada às orientações sanitárias decorrentes da pandemia da Covid-19, com grupos menores de participantes, conforme protocolo estabelecido pela Funase.
Já os processos formativos de multiplicadores priorizaram a modalidade virtual. Em 2022, a ideia é seguir ampliando os trabalhos do Núcleo de Justiça Restaurativa (NJR), grupo de servidores instituído em 2019 com o objetivo de disseminar essas práticas no sistema socioeducativo pernambucano.
A Justiça Restaurativa aborda temas como mediação de conflitos e a comunicação não violenta, estimulando processos de responsabilização. Marcela Mariz, coordenadora do NJR, avalia que os ganhos têm sido significativos. "Vemos resultados importantes para quem participa. O cumprimento da medida socioeducativa não é fácil. O acolhimento, fortalecimento e empoderamento são ações indispensáveis. E a Justiça Restaurativa se apresenta como uma grande ferramenta para isso", afirma.
O Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, é uma das unidades da Funase em que as práticas restaurativas estão implantadas e em execução. "No início, alguns adolescentes mostram resistência, mas depois percebem que aquele momento é deles e é quando podem refletir, contar histórias e construir um espaço interno para essa prática", explica a psicóloga e técnica de referência Cristiane Campelo.
Em 2021, ainda foram realizadas capacitações voltadas a gestores e técnicos sobre o tema "Justiça Restaurativa no Sistema Socioeducativo", com promoção da Funase em parceria com o Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos do Estado de Pernambuco (Cefospe). Também foram pautadas formações sobre o enfrentamento à LGBTfobia e seus paralelos com as práticas restaurativas. Outro destaque foi a participação do NJR na I Jornada Latino Americana "Justiça e Práticas Restaurativas: reflexões, ferramentas e boas práticas", evento realizado em setembro, de forma remota, com base na Argentina.
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