Campello: 29 mil famílias sem auxílio emergencial ficarão sem o Auxílio Brasil

A PEC dos Precatórios vem sendo defendida pelo governo com o discurso de que ela abrirá espaço para o novo programa social, o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

Contudo, analistas criticam a proposta do Poder Executivo e a classificam como eleitoreira, uma vez que o espaço fiscal que a PEC dos Precatórios está criando é muito maior do que o previsto com o auxílio de R$ 400 previsto para ser pago para 17 milhões de famílias até dezembro de 2022. Além disso, alertam para a falta de preocupação do Palácio do Planalto com as famílias que deixaram de receber o auxílio emergencial a partir deste mês e estão sem perspectiva de uma renda mínima para ajudar na sobrevivência.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chama os R$ 89,1 bilhões de precatórios que precisam ser pagos no ano que vem de "meteoro", mas especialistas garantem que, se houvesse planejamento sério, esse valor bem acima dos R$ 55 bilhões previstos para essa rubrica neste ano poderia ter sido evitado. Além disso, destacam que os principais credores desses precatórios são os mais vulneráveis.

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Conforme dados apresentados pelo economista Ricardo Volpe, consultor de Orçamentos e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, aposentadorias, benefícios sociais e ações trabalhistas de servidores são predominantes entre os precatórios devidos pela União. Considerando a dívida com precatórios deste ano, de R$ 55 bilhões, Volpe contou que R$ 22 bilhões, são dívidas previdenciárias, em grande parte, pensões por invalidez, R$ 10 bilhões são precatórios devidos a servidores e R$ 2,5 bilhões são precatórios com auxílios sociais, BPC e LOAS. Os demais precatórios somam R$ 20 bilhões.

"A maior deficiência na questão dos precatórios está relacionada à Previdência e à assistência social, que são benefícios para as populações mais vulneráveis", alertou Volpe durante audiência pública, ontem, no Senado. Segundo ele, esse quadro mostra que a eficácia do governo é pequena, porque "alguns direitos não estão sendo concedidos".

Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma Rousseff (PT), Teresa Campello, fez um alerta aos senadores sobre as 29,4 milhões de famílias que deixaram de receber auxílio emergencial e não serão contempladas pelo novo Bolsa Família. A economista não poupou críticas ao Auxílio Brasil e disse que o programa foi muito mal desenhado.

Correio Braziliense