A paciente Lucilia Conceição da Mota está, há quase 50 dias, aguardando uma vaga na Central Estadual de Regulação da Bahia, para que seja realizada uma cirurgia de revascularização, após complicações por conta da diabetes. Ela está internada no Hospital Regional de Juazeiro desde o dia 5 de outubro.
De acordo com Erineide Conceição da Mota, filha de Lucilia, a paciente, logo que deu entrada na unidade hospitalar, passou por um procedimento de desbridamento (procedimento realizado para remover o tecido necrosado), mas ainda assim teve o dedão do pé esquerdo amputado. Desde então, a família aguarda que a cirurgia de revascularização - procedimento indicado nos casos em que há um comprometimento da circulação arterial dos membros inferiores e que coloca em risco de amputação o membro afetado pela obstrução da circulação nas artérias - seja agendada.
"Até hoje não saiu a regulação da minha mãe. Eles alegam que é falta de vaga. Todos os dias estamos na assistência social em busca de respostas para solucionar o problema da minha mãe. Essa semana estive na ouvidoria do hospital, fiz um relatório explicando a situação que minha mãe se encontra hoje, disseram que [o relatório] seria levado para a diretoria do hospital, e que em até quatro dias me dariam uma resposta. Mas, infelizmente, o Hospital Regional de Juazeiro ainda não me deu resposta alguma", diz Erineide.
A família agora teme que Lucilia tenha que amputar a perna. "A cada dia que passa, se torna ainda mais grave o problema de minha mãe. Ela está correndo risco de perder a perna esquerda, acima do joelho. Não temos condição de pagar esse procedimento cirúrgico, que custa acima de R$ 200 mil reais. Estamos muito aflitos de que, a qualquer momento, tenhamos que fazer a difícil escolha de assinar uma documentação assinando a amputação da perna da minha mãe, conta Erineide, que acrescenta ainda que o HRJ não dispõe de alimentação específica para pacientes com diabetes.
HRJ e Central de Regulação se manifestam
Em resposta, o Hospital Regional de Juazeiro (HRJ) informou que não dispõe de Revasculação do membro inferior esquerdo, procedimento ao qual a referida paciente necessita. "Por isso a não realização deste no complexo hospitalar. Sendo assim, a mesma aguarda vaga para o serviço junto à Central de Regulação Interestadual de Leitos", diz a nota.
Sobre a reclamação da alimentação de Lucilia, o HRJ disse que "a paciente tem recebido toda a assistência disponibilizada pelo HRJ, o que inclui a alimentação adequada. Destacamos, também, que os motivos pela não realização do procedimento foram esclarecidas aos familiares, assim como os meios necessários para resolução do problema", finaliza a nota.
Já a A Central Estadual de Regulação, através da Secretaria da Saúde (Sesab) da Bahia, disse que "sempre está em busca de vaga para o perfil da paciente. É importante que nos auxiliem a explicar para a população que a disponibilidade de vagas nos hospitais ocorrem apenas em duas situações: alta médica ou óbito. Neste cenário, não é possível sinalizar o dia que ocorrerá a transferência de um paciente. A gravidade do mesmo em relação ao total de solicitações é mais um fator de análise da equipe médica da Central Estadual de Regulação", finaliza a nota.
Da Redação RedeGN
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